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domingo, 17 de abril de 2016

CONSOLIDAÇÃO POLÍTICA E REPUBLICANA NO MATO GROSSO E EM NIOAQUE – 1889 – 1901


CAPÍTULO XVIII


João Ferreira Mascarenha
Coronel da Guarda Nacional
Vereador, intemdente, Deputado por Nioaque...

18 Introdução


Procurou-se reunir neste Capítulo alguns conflitos armados desta década que envolveu Nioaque, por outro lado, a causa destes conflitos foi motivada por desavenças políticas, disputa pelo poder “na época do Coronelismo de Chinelo”.

A mudança na forma de Governo – de Monarquia para República, em 1889, mudou as termologias governamentais e Constitucionais, no entanto, os líderes políticos permaneceram os mesmos.

Os primeiros tempos da vida Republicana em Nioaque e no Estado de Mato Grosso foram marcados pela  disputa entre os políticos adventícios dos partidos monarquistas. Mato Grosso não possuía tradições e nem partido Republicano. A falta deste elemento contribuiu ainda mais para engrossar as causas dos conflitos. Os interesses e ambições pessoais encontravam-se acima das preocupações com o desenvolvimento do Estado e o bem estar geral dos cidadãos Mato-grossenses. Daí o título “Consolidação Política e Republicana no Estado de Mato Grosso e Nioaque”.

Será dado a conhecer o principal personagem deste tempo, o maior líder político da sua época na região Sul do Estado, João Ferreira Mascarenhas – “Coronel Jango Mascarenhas”, que lutou em defesa dos interesses sul mato-grossenses, e que acaba morrendo numa luta sem vitória, na disputa pela manutenção da sua zona de influência política.


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18.1 João Ferreira Mascarenhas – Coronel Jango Mascarenhas.

Nascidos na fazenda Correntes, no Município de Miranda, a 24 de Junho de 1864, foram seus pais Henrique Augusto Ferreira de Mascarenhas e dona Gertrude Gomes Ferreira de Mascarenhas.

Tendo adquiridos conhecimentos de instrução primária, seguiu para cidade de Corumbá, onde se empregou na casa comercial de Firmo de Matos e & Companhia; regressou mais tarde a Miranda, a convite de Giasone Rebuá, em cujo estabelecimento comercial também trabalhou.

Em Miranda, exerceu o cargo de Tabelião Público e deixou para iniciar a carreira de fazendeiro, comerciante e político em Nioaque, onde adquiriu profundas relações sociais e veio a conquistar prestígio, principalmente no movimento revolucionário que encabeçou em 1892.

Em Nioaque, João Ferreira Mascarenhas, exerceu o cargo de Presidente e Vice-Presidente do Conselho da Intendência Municipal, vereador, onde foi eleito o nosso primeiro Deputado Estadual, representando os interesses do Município e da  região sul do Estado. Em 1894, naquela época foi eleito 2º Vice-Presidente do Estado de Mato Grosso (Vice-Governador).

No final da década de 1890, João Ferreira Mascarenhas era chefe político de maior prestígio nesta região. Fazendeiro abastado e residente em Nioaque. Foi um homem  que podia reunir gente e comandá-las naquele tempo tumultuoso e tinha em Cuiabá o apoio do seu partidário Generoso Ponce, cuja política partidária dominante em Mato Grosso era a do Partido Republicano.






Gravura[1] de João Ferreira Mascarenhas.


Jango Mascarenhas como era chamado, era denominado Coronel da Guarda Nacional – Coronel de Campo, não de farda. Título honorário atribuído pela sua capacidade de liderança, domínio e poder.


"João Ferreira Mascarenhas - "Jango Mascarenhas" (1864-1901): é o patriarca da família "Mascarenhas" para nossa região... Nasceu em 26 de outubro de 1864, na vila de Nioaque-MS (Fazenda Correntes)... No sul do Estado do  Mato Grosso, liderou a contra-revolução de 1892, em oposição a Antonio Maria Coelho e o Cel Barbosa, que intentaram proclamar a independência do Mato Grosso, criando a "Re pública Transatlântica de Mato Gros so"... Foi o segundo líder divisionista do antigo Estado do Mato Grosso uno, tendo inclusive, combatido o Cap. Muzzi (primeiro divisionista) na revolução de 1896... Contraiu matrimônio com Dona Delmira Mascarenhas, com quem teve três fi lhos... Um de seus filhos, Alvaro da Silveira Mascarenhas, tornou-se Prefeito de Bela Vista-MS (1951/1955)... Sendo homenageado com uma praça que leva seu nome... Jango Faleceu em outubro de 1901, em confronto com forças de Bento Xavier da Silva (terceiro líder divisionista), em suas terras, às margens do ribeirão Taquarussu".

(créditos
http://retiradalaguna.blogspot.com.br

.1999
CAP MATTOS
BELA VISTA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL)

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18.2  O Conflito Político em Mato Grosso e a  Participação do Município de Nioaque.

Nioaque  vinha desde 1871 com o aquartelamento do Primeiro Corpo de Cavalaria, mais tarde transformado em 7º Regimento de Cavalaria Ligeira e com sede do comando do Distrito Militar do Sul de Mato grosso.

Muitos foram os comandantes que por aqui passaram, uns com espírito mais arrojado para o intelectual, pelo desenvolvimento econômico, pelo progresso e justiça social; enquanto que outros mais para imposição da sua vontade sobre a população; continham a ordem e o respeito pela força e pelo poder. Entre outros comandantes destacaram-se: Tenente Coronel  José Antônio Dias da Silva, Coronel Pedro José Rufino, General Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, General Manoel Lucas de Souza, Coronel João da Silva Barbosa.

Direta ou indiretamente, todas as atividades sociais, políticas, econômicas, culturais e religiosas, estavam influenciadas pelos homens do 7º Regimento.

Assim transcorreu o tempo, desde a elevação a Freguesia em 1877 a Vila (Município) em 1890.


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18.2.1 Organização Republicana em Mato Grosso e Nioaque

Vem o 15 de Novembro de 1889, trazendo consigo a Magna proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil, atitude encabeçada pelos militares, na pessoa do Marechal Manoel Deodoro da Fonseca; Proclamação acontecida na Capital do Império, a cidade do Rio de Janeiro.

No período Imperial, O Brasil estava dividido entre os Partidos Políticos: Conservador, Liberal e Republicano.

A notícia da chegada da Proclamação da República a Capital da Província, Cuiabá, aconteceu oficialmente no dia 9 de Dezembro de 1889 e na Freguesia de Nioaque no dia 22 de Dezembro do corrente ano.

Mato Grosso, praticamente isolado e distante das manifestações políticas e culturais que se processavam na Capital Federal, quando se chegou o regime republicano, ainda não possuía o Partido Republicano estruturado e as suas idéias eram conhecimento de poucos.

A fundação do Partido Republicano, em Cuiabá, aconteceu somente no dia 27 de Julho de 1890.

Cuiabá e por sua vez Nioaque, estavam até então divididos entre os dois Partidos Imperiais: Conservadores e Liberais.

A mudança na forma de Governo, da Monarquia para a Republica e a ausência do Partido Republicano, instrumento pelo qual os líderes políticos dariam sustentação do novo governo no Poder, fizeram eclodir lutas, alimentando divergências entre os líderes das duas facções políticas, liberal e conservadora, ressurgindo daí as velhas rivalidades dos tempos da Monarquia. Mudava-se filosofia do ato de Governar, mas continuavam sendo os mesmos homens da formação do regimento anterior.

Com a Proclamação da República, o Marechal Deodoro da Fonseca, Presidente Provisório, - nomeou para governar Mato Grosso o General Antônio Maria Coêlho, que foi empossado no  cargo pelo Presidente da Assembléia Legislativa Provincial e chefe do Partido Liberal, Coronel Generoso Paes Leme de Souza Ponce.


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18.2.2 O Partido Republicano e o Nacional em Mato Grosso e Nioaque

Os dois principais líderes políticos da Capital e do Estado dividiram-se em dois novos partidos políticos: Partido Republicano, liderado pelo Coronel Generoso Paes Leme de Souza Ponce e o Partido Nacional, chefiado pelo General Antônio Maria Coêlho.

No dia 1º de Junho de 1890, tomava posse para comandar o 7º Regimento de Cavalaria Ligeira, aquartelado em Nioaque, o Coronel João da Silva Barbosa, que era partidário do General Antônio Maria Coêlho, desencadeia em Nioaque todas as suas forças para firmar o partido da situação: o Nacional.

No dia 18 de Julho de 1890, foi criado o Município de Nioaque e no dia 14 de Novembro instalado o seu primeiro Conselho da Intendência Municipal e eleito o Primeiro Presidente, passando a denominar-se “Levergeria”. Os cinco membros do Conselho da Intendência nomeado, pelo General Antônio Maria Coêlho foram:

¨      Tenente.Cel. Zozimo Francisco Gonçalves – eleito Presidente;
¨      Alferes Luiz Pinto de Figueiredo – Vice-presidente;
¨      José Lemes da Silva – Membro e Secretário;
¨      Major Francisco David de Medeiros- Membro;
¨      Cel. João da Silva Barbosa – Membro.

Quatro conselheiros das fileiras dos militares e um cidadão sem farda.

Entre os conflitos que se colocou o General Antônio Maria Coêlho, custou-lhe a exoneração do cargo no dia 31 de Novembro de 1890 e para o seu lugar, o Marechal Deodoro, nomeou o Coronel Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, ex-comandante do 7º Regimento de Cavalaria de Nioaque, que tomou posse somente no dia 16 de Fevereiro de 1891.

No entre meio as disputas pelo poder, os correligionários dos dois partidos estavam espalhados pelo Estado, inclusive Nioaque. A eleição prometida acontece no dia 3 de Janeiro de 1891, para elegerem trinta Deputados Estaduais para a Assembléia Constituinte, com o objetivo de elaborar a nova Constituição do Estado de Mato Grosso.


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18.2.3 A Primeira Eleição para 31 Deputados Estaduais Constituintes, 1891

No Anexo Histórico 13 deste, encontra-se a ata desta eleição que aconteceu no Município de Nioaque.

O Coronel Barbosa, com todas as sua forças pressionou  os eleitores do Município de Nioaque para votarem nos candidatos do Partido Nacional, apoiado por ele.

Entretanto, os resultados da votação em Nioaque não foram os desejados: venceram na Vila de Nioaque, mas perdera nos Distritos de Campo  Grande e Vacaria, vencendo no âmbito Estadual, onde elegeu os candidatos dos Partido Nacional.

Era o “Coronelismo e o voto de cabresto” que estava em ação. A derrota nos distritos de  Campo Grande e Vacaria deixou o chefe militar enfurecido; ordenou o Sargento Ludgero Magalhães, comandante do Destacamento Militar de Campo Grande, que perseguisse os republicanos. Distante dos reclamos da população local e sem nenhuma atitude das autoridades, o povo expulsa o comandante do destacamento e toda a sua guarnição. Por instrução do Coronel Barbosa, o Sargento atea fogo no  quartel e vem para Nioaque, acusando a população do selvagem ato.

Para Campo Grande  foi enviado para comandar a sub-delegacia, o Delegado Philadelpho de Campos Machado em ordens severas para conter a população em respeito e usar de punições para os que afrontarem as ordens.


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18.2.4 Os dois ofícios[2] seguintes expressam este contexto:

N. 52 – “Quartel do Commando do 7º Regimento de Cavallaria Ligeira, em Levergeria 3 de Abril de 1891.

Ao cidadão Coronel Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro Governador e Commandante das Armas do Estado de Matto-Grosso.

Transmitto-vos em proprio original incluso que me foi dirigido pelo subdelegado de Policia de Campo Grande na qual demonstrou reprehensiva em relação a attenção da ordem publica n’aquella localidade. E como já acha recolhido o destacamento que alli existia, de conformidade com a vossa ordem, peço-vos ministreis intrucções para cazo em que venha a se realizar provisões d’aquella authoridade.

Saude e fraternidade

João da Silva Barbosa.
Coronel”

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“Quartel do Commando Interino da Armas do Estado de Matto-Grosso, em Cuyabá, 9 de Maio de 1891

N. 566

Ao Cidadão José da Silva Rondon
Governador d’este Estado.

Para vosso conhecimento e fins conveniente vos envio em proprio punho original dos officios do Commandante do 7º Regimento de Cavallaria Ligeira e do subdelegado de Policia de Campo Grande que me enviarão as mãos no pacote ultimo.

Saude e fraternidade

Sebastião Benjamin
Cel.”


Não foi possível localizar no arquivo de Cuiabá, o ofício encaminhado pelo subdelegado de Campo Grande.

O Governador Coronel Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, recebeu o governo incumbido de resguardar o novo regime de deturpações dos princípios de moralidade e respeito à soberania popular e também apurar as tão comentadas irregularidades denunciadas pelos republicanos nas eleições realizadas no dia 3 de Janeiro de 1891.

Constatada as irregularidades nas eleições, Sólon Ribeiro resolveu através de Decreto anulatório de 25 de Fevereiro de 1891 e marcou nova eleição para escolher os trinta Deputados Estaduais Constituintes para o dia 28 de Maio do mesmo ano.

Nova afronta se preparou no Estado. Os Nacionalistas, vencedores do pleito de 3 de Janeiro, não aceitavam a anulação e passaram a perseguir os republicanos estes reagem e marcam para o dia 4 de Maio uma revolta.

Em Nioaque, o Coronel Barbosa, temeroso, acompanhado de praças do 7º Regimento, do Capitão José Maria Ferreira e do Coronel Zozimo Francisco Gonçalves, Presidente do Conselho da Intendência Municipal, seguem para Cuiabá.

Embora a revolução marcada para o dia 4 de Maio, tenha sido malograda, graças a alguns oficiais do 8º Batalhão de Cuiabá, João da Silva Barbosa, fora reprovado na sua atitude pelo próprio General Antônio Maria Coêlho e foi impedido de retornar para o seu Quartel em Nioaque, permanecendo em Corumbá como Comandante Interino do 7º Distrito Militar.

Em Nioaque, o povo começava a reagir. No dia 23 de Maio de 1891, o Alferes José Luiz Pinto de Figueiredo, Vice-presidente do Conselho da Intendência Municipal, solicita do Secretário da Intendência, José Alexandre Monteiro que lhe entregasse a chave do cofre do arquivo municipal, onde se encontravam os livros com os resultados das eleições, aquele recusou e foi suspenso das atividades. O cofre foi arrombado, no entanto, os ditos livros não se encontravam lá. Aumentavam os problemas para os republicanos.  Levaram ao Juiz de Paz, Pio José Rufino, que por sua vez ignorou o fato sem tomar quaisquer medidas para a averiguação dos fatos.

José Alexandre Monteiro, revoltado, saiu às ruas embriagado, acompanhado por alguns militares do 7º Regimento, dando tiros e soltando gritos e dando vivas ao General Antônio Maria Coêlho, ao Coronel João da Silva Barbosa e as eleições de 3 de janeiro de 1891. Os militares foram detidos e levaram oito dias de cadeia e Monteiro foi intimado a deixar a Vila.

Em novo pleito que se realizou no dia 28 de Maio de 1891, foram eleitos somente candidatos do partido Republicano, eis  que o Partido Nacional não  se apresentou para o pleito, em virtude de haver interposto recurso contra o ato do Governador Coronel Sampaio, cuja validade impugnara.

Neste ínterim, em 1º de Abril, assume o Governo do Estado, José da Silva Rondon e a 6 de Junho, o Coronel João Nepomuceno de Medeiros Malett.

A Assembléia Estadual Constituinte, eleita em 28 de Maio, reunida, escolhe seu Presidente Dr. José Maria Metelo, elaboram a 1ª Constituição Republicana do Estado, trabalhos de redação e aprovado aqueles a 15 de Agosto de 1891; elege em seguida o Presidente e Vice  do Estado de Mato Grosso: os primeiros eleitos no regime republicano. Foram eleitos: Presidente  Dr. Manoel José Murtinho; Primeiro Vice-Presidente  Coronel Generoso Paes Leme de Souza Ponce; Segundo Vice-presidente Coronel da Guarda Nacional  José da Silva Rondon e Terceiro Vice-Presidente  Pedro Celestino Corrêa da Costa.

No dia 16 de Agosto, o Dr. Manoel José Murtinho foi empossado como Presidente do Estado juntamente com os respectivos Vice-Presidentes.

Os Deputados do Partido Nacional, inconformados com anulação da eleição de 3 de Janeiro, elaboraram uma Constituição e elegeram o Capitão de Fragata Henrique Pinheiro Guedes como Presidente do Estado e o Coronel Honorário Luiz Benedito Pereira Leite, como Vice e encaminharam para os Deputados Constituintes e ao Dr. Murtinho; criando a duplicidade de Poderes Constituintes no Estado.


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18.2.5 Levergeria, Nioaque entra em estado de guerra

Murtinho tenta estabelecer uma nova ordem pública no Estado, demitindo autoridades corruptas e partidárias dos Nacionalistas. Em Nioaque, novas autoridades foram nomeadas para chefia dos cargos públicos. Os demitidos, partidários do Coronel Barbosa e do Partido Nacional, protestam veemente contra as novas autoridades, criando anarquia na vila de Levergeria (Nioaque).

Eis uma correspondência[3] da época do Presidente Interino do Conselho da Intendência Municipal, a qual retrata com clareza a situação:


“Paço da Camara Municipal da Villa de Levergeria 2 de Dezembro de 1891.

Ile. Cidadão Presidente do Estado

Encontro-me interinamente na presidencia da Camara Municipal d’esta Villa como um dos seus membros, entendendo e de meu dever levar ao vosso conhecimento o lamentavel  accontecimento occorrido aqui no dia 30 do mez passado = João Moraes Ribeiro, Pio José Rufino, Gustavo Adolpho Pereira Machado, autoridades ultimamente demithidas, acompanhadas do commerciante Manoel Guilherme Garcia, Alexandre d’Arruda Fialho, o menor João Pedro de Souza, Philadelpho de Campos Machado e Subdelegado de Campo Grande e o heroe dos vandalismos há tempos ali praticados, Miguel Angelo Palermo que a pouco aqui chegou, vindo do Paraguay e Ezequiel Carduz, tambem a pouco vindo do Paraguay, fugindo por quebra fraudulenta, dizendo-se representante do povo  - entenderas que o 2º substituto do Juiz de Direito, João Rodrigues de Sampaio, não deveria exercer o  cargo e reunidos forão, no dia referido a casa do Major Commandante do 7º Regimento na complecta anarchia de certo tempo a esta parte plantada pelos homens ultimamente destituidos dos cargos autoritarios á qual  somente para providencia energicas que os homens sizudos e honestos de Vossa Exª. esperam a fim de que esta Villa recupere a paz tão desejada e necessaria.

Saude e fraternidade

Eduardo Peixoto Freire Giraldes
Presidente Interino”.

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N.º 1 Subdelegacia de Policia da Villa de Levergeria
Termo Unido a Comarca de Miranda, 4 de Dezembro de 1891


Ao Exmo Senr. Dr. Manoel José Murtinho
Dignissimo Presidente do Estado de Matto-Grosso


Tenho a honra de Communicar a V. Exª. que havendo aceito a nomeação de 3º suppe. de subdelegado deste Municipio, assignei a 16 do mez de novembro ultimo respectivo termo de compromisso, porem deixei de continuar no exercicio do cargo que me compete por estar acephala todos os cargos policiaes em consequencia das desordens e anarchias promovidas por João Moraes Ribeiro, Pio Rufino e outros homens appasionistas do governo de V. Exª. que em ajuntamento com carater sediosa e apoiado por alguns militares insobordinados e sem dissiplina, tem alterado a ordem publica, desrespeitando, desobedecendo e abstendo o exercicio das funções as autoridades civis, como aconteceu no dia 30 do referido mez, ajuntarem para porem a autoridade do 2º substituto do Juiz de Direito, que felismente não  aconteceu devido a prudencia da referida autoridade, continuando-na  entretanto as ameaças da parte desses homens a ponto de obrigarem-nos a retirar da sede da Villa, porque não contamos com auxiliar de força alguma, antes somos hostilisados pelos militares com perigo de vida. Ponderando a V.Exa. este estado de cousas, cumpre-me pedir energicas providencias no intuito de serem punidos os verdadeiros culpados e restabelecida a paz e tranquilidade da população.

Saude e fraternidade

A . 3º Supplente   do Subdelegado
Leopoldo Nunes Ferras”.

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18.2.6 A Renúncia do Presidente Deodoro da Fonseca e deposição do Dr. Murtinho em Cuiabá

Tudo isso se passava em Nioaque, enquanto isso, na Capital Federal, Rio de Janeiro, o Marechal Deodoro aplica em duro golpe em 23 de Novembro de 1891, dissolve o Congresso Nacional; a Constituição Federal Promulgada em 24 de Fevereiro de 1891, a qual confirmando no dia seguinte da sua promulgação, o Marechal Manoel Deodoro da Fonseca como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil e o Marechal Floriano Vieira Peixoto, no cargo de Vice Presidente, não autorizava tal procedimento de Deodoro. Os protestos foram violentos, principalmente pelos adversários Políticos. Os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do  Brasil entraram em greve, o Contra-Almirante Custodio José Melo, apoderou-se dos três maiores navios da esquadra e ameaçou bombardear a cidade do Rio de janeiro. Diante das pressões, Deodoro renuncia e Floriano Peixoto assume a Presidência do Brasil até o ano de 1894.

No Mato Grosso, os derrotados do Partido Nacional, civis e militares, aproveitando a situação, voltam à tona, tramam a deposição do Presidente do Estado. Dr. Manoel José Murtinho o que levaram a efeito à 1º de Fevereiro de 1892, com o apoio da guarnição militar que aderiu às instigações do Major Antonio Aníbal Mota, vindo de Corumbá.

Murtinho não dispondo de elementos para resistir à intimativa de deixar o governo, retira-se para o Rio de Janeiro, a 16 de Fevereiro de 1892, para buscar junto ao Governo Central o apoio para controlar as ações subversivas em seu Estado.

Uma junta pelo Coronel Honorário Luiz Benedito Pereira Leite, Coronel da Guarda Nacional José Marques Fontes e Major do Exército Antônio Aníbal Mota. Essa junta fez-se substituir dois dias depois pelo Coronel Luiz Benedito Pereira Leite, que se dizia eleito nas eleições de 3 de Janeiro de 1891.


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18.2.7 A rebelião do Coronel do 7º Regimento de Cavalaria, Coronel João da Silva Barbosa

Em Corumbá, elementos pertencentes a várias unidades militares reuniram-se no quartel e residência do Comandante Interino do Distrito Militar do Estado, no qual então se achava  no comando, o Coronel João da Silva Barbosa, que também era do 7º Regimento de Cavalaria de Nioaque, para decidir sobre a atitude que deveriam assumir em relação aos acontecimentos  que desenrolavam na administração Estadual.

Dessa reunião realizada no dia 31 de Março de 1892, convocada pelo Coronel Barbosa, comandante interino do 7º Distrito Militar, presente os oficiais do 21.º de Infantaria, o 2º de Artilharia de Posição, 19º de Infantaria, alguns do 7º Regimento de Cavalaria e da Armada Nacional.

O Cidadão Coronel Barbosa disse[4]: “...o fim da reunião era assentar-se nas medidas que deveriam ser tomadas ante o procedimento do Governo Federal, querendo impor um governador para este Estado, quando ele já estava sendo dirigido pelo vice-governador. Disse mais que o povo dessa cidade tinha resolvido mandar uma comissão ao Forte Coimbra, para intimar ao Cidadão General Ewbank para não entrar no Estado e fez também ler a intimação dirigida pela Comissão”.

“O Major Tupy, do 9º Batalhão de Infantaria disse que o povo estava certo e no direito repelindo o governador, mas que os militares recebiam ordens do comandante do Distrito, que era uma autoridade nomeada pelo poder competente”.

O Capitão Ferreira, não achava correta a maneira de pensar do seu colega, mas que naquele momento, havia apenas dois caminhos: o primeiro era mandar dizer ao General Ewbank, que poderia tomar posse no cargo do 7º Distrito Militar e de que tudo não passou de uma brincadeira ou então resistir a todo transe, porque não poderia esperar do Governo Federal se não medidas enérgicas. Entre as objeções se resistência, apresentou que a única saída era declarar livre o Estado de Mato Grosso e Oficiar as Repúblicas do Prata, porque  aquelas para manter a neutralidade, não consentiram  passar forças pelos rios que banham as mesmas.

Foi Objetado que na falta de recursos, podia-se obtê-los  hipotecando o Estado à Inglaterra.

O Tenente Wanderley do Arsenal da Marinha de Ladário e o Comandante da Companhia de aprendizes Menores, não envolveriam  nas questões políticas e que recebiam e cumpriam ordem do Governo Federal.

Dissolveu a reunião sem acordo algum.

Os oficiais do 21.º Batalhão de infantaria da Guarnição do Estado, percebendo que o Coronel Barbosa pretendia continuar seus criminosos e antipatrióticos crimes e que a separação do Estado seria prejudicial para todos, redigiram um manifesto de protesto dirigindo ao Coronel Barbosa onde expressaram: “... vem declarar-vos que não são solidários com a intimação feita ao Cidadão General Luiz Henrique d’Oliveira Ewbank comandante nomeado pelo Governo Federal para este Distrito, por isto que tal intimação não foram ouvidos e o fato de não comparecimento dos mesmos na reunião que disso tratou não importa adesão, tratando-se de um assunto tão grave. Não concordam também na declaração de Estado Livre de Mato Grosso ou República Transatlântica   de Mato Grosso, porque como  filhos dele, sabem que o Estado não dispõe de recursos, finalmente não aderem  a movimento algum que tenha fim repelir atos e ordem do Governo Federal”.

Em Nioaque permaneceram muitos militares partidários do Coronel Barbosa e que igualmente sentiam-se derrotados e prepararam um golpe de Estado, entre outros: “José Maria Ferreira,  Tenente Antonio Perdigão, Tenente Antero, Alferes José Joaquim de Azevedo Saldanha, Capitão Hermenegildo, Major Francisco David de Medeiros”.

De Corumbá, o Coronel Barbosa distribuía ordens para todo o Estado.

Em Nioaque, uma junta provisória destituía do poder as autoridades, o Major Francisco David de Medeiros, assume a Presidência do Conselho da Intendência Municipal.

O povo protesta. O 7º Regimento de Cavalaria persegue os revoltosos.

Uma guerra sem quartel se alastra pelo Município: Vila de Levergeria (Nioaque), Distritos de Campo Grande, Bela Vista, Vacaria, Ponta Porã; pelo Estado: Santana do Parnaíba, Santo Antonio do Rio Abaixo, São Luiz de Cáceres, Poconé, Cuiabá; era a contra revolução que se armava.

O General Ewbank, quando impedido de  desembarcar no Estado e navegar além do Forte Coimbra, no dia 21 de Março de 1892, a bordo do navio, Vapor Diamantino, redige a ordem do dia e encaminha ao Coronel Barbosa.

“... deixo de seguir para Corumbá, assumo o exercício do  cargo que me foi confiado a bordo deste navio por me ter sido  vedado à passagem pela guarnição do Forte Coimbra”.

E em outro trecho continua:

“... desgraçadamente para o Brasil e especialmente para nós militares, acabo de convencer-me que não soubeste manter os créditos da classe a que pertencemos à altura que ela tem direito se exigirmos. Ao Senhor Coronel João da Silva Barbosa, chefe das tropas revoltadas e que tão feia mancha acaba de lançar sobre a farda que deveria manter impoluta, a este oficial, principal fator de anarquia, rebeldia dessa guarnição;... e bem  assim os seus principais auxiliares, Capitão de Cavalaria João Maria Ferreira e o 2º Tenente João Teodorico, ordeno que impreterivelmente sigam na primeira oportunidade para a Capital Federal”..

Nesta data retiro-me profundamente desiludido.

Ao Senhor Marechal, Vice-presidente da República comunicarei logo que possa tais acontecimentos, pedindo providências enérgicas o que por sua vez ponha a termo a lastimável anarquia deste Estado.


Luiz Henrique d’Oliveira Ewbank
General de Brigada”.

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18.2.8 A Contra Revolução, Jango pelo Sul e Ponce pelo Norte de Mato Grosso

A demora das providências que cabiam ao Governo Federal tomar criou no espírito dos responsáveis pelo destino do Estado à convicção que deveriam reagir independentemente do Poder Federal.
No Norte do Estado, Cuiabá, Cáceres e adjacências; no Sul, Nioaque e os seus Distritos, começara a reação, através de arregimentação de civis e militares.

Pelo Norte, Generoso Ponce, organizava e chefiava as Forças Patrióticas e pelo Sul, João Ferreira Mascarenhas, Coronel Jango Mascarenhas, organizava e chefiava as Forças Patrióticas.

João Ferreira Mascarenhas e Vicente Anastacio, este comerciante e fazendeiro, haviam assumido respectivamente a Presidência e a Vice-Presidência do Conselho da Intendência Municipal, dirigiram-se para o Paraguai, onde passaram a seguinte mensagem telegráfica[5]:

“Ilustre Brigadeiro General Floriano Peixoto Presidente dos Estados Unidos do Brasil –Rio de Janeiro

Comunico Vossa Excelência que o Estado de Mato Grosso convulsionado movimento sedicioso 2º Batalhão Corumbá  para deporem Governador Murtinho e outras autoridades constituídas secundando facções políticas Antônio Maria Coêlho 7º Regimento fez coro sedicioso reina anarquia povo indignado pronto contra revolução sustentando direito autoridades constituídas”.

No dia 2 de Maio, na Ordem do Dia, o Major Tupy Ferreira Caldas, comandante do 19.º Batalhão de Infantaria, estacionado em Cáceres, condenando o impedimento levantado contra o General Ewbank, segue com sua unidade para Cuiabá, cumprindo determinações do Vice-Presidente Floriano Peixoto.

Em Nioaque, o Coronel Mascarenhas, Oficial da Guarda Nacional e Vicente Anastacio começam a preparar o levante. Na Segunda quinzena de Abril de 1892, chegou à notícia de que o 3º Vice-Presidente do Estado eleito e deposto a 1º de Fevereiro, junto com o Dr. Murtinho, Dr. Corrêa da Costa, com o objetivo de conquistar o apoio da população, visitaria Nioaque.

O Coronel Barbosa comunica-se com o Major David de Medeiros para requisitar praças do 7º Regimento de Cavalaria e avisar o Comandante Major Nicolau Consul que de um momento para o outro lhe pediria auxilio.

Nessa ocasião chegou de Cuiabá o Sargento Americano e colocou Mascarenhas a par de todos os movimentos do Norte e disse: “que  o Coronel Ponce à frente do movimento do Norte, que confiava em Nioaque, ao qual caberia à honra e glória de iniciar o movimento e que afastaria os intrusos do poder”.

“18 de Abril, caia sobre Nioaque um forte temporal! Mascarenhas em reunião com os seus amigos na sua residência, situada à rua General Diogo, prescreve a situação[6]:

“Tenho compreendido que chegou o momento de demonstrar a Nação inteira os elementos valiosos com que contam o  torrão deste Estado, a nossa índole, a nossa vontade e o nosso amor à Pátria. É certamente um grande sacrifício, mas devemos nos juntar para que os nossos inimigos da ordem e da tranqüilidade pública conheçam o próprio dever e respeitam a nossa soberania popular ultrajada por poucos ambiciosos, sustentados por um coronel insubordinado que diariamente mancham a farda que deveriam manter impoluta”.

“Qualquer sacrifício é pequeno diante do nosso dever e tenhamos presente que o nosso comportamento nesta justa causa será uma prova solene que daremos ao Ilustre Governador deste Estado e a Sua Excelência Vice-Presidente da República do nosso devotamento, que sem dúvida frutificará em nosso favor aquele afeto que deve procriar naquele amor do bem comum e a nossa  felicidade e segurança, será somente objetivo de seus cuidados”.

João Ferreira Mascarenhas
Comandante Supremo das Forças Patrióticas do Sul
Coronel Generoso Paes Leme de Souza Ponce,
Chefe do Norte


Os Nioaquenses ficam divididos entre o Major David de Medeiros, que possuía muitos amigos e o Coronel João Ferreira Mascarenhas, que por sua vez também tinha força e poder entre os amigos que detinha.

Mascarenhas e Athanasio de Almeida Mello traçam alguns planos: conseguir voluntários, alimentos, cavalos, armas. Para isso organizam uma comissão para o preparo das Tropas: João Ferreira de Mascarenhas, Athanazio de Almeida Mello, Antonio Vicente Azambuja, Joaquim d’Oliveira Cezar, Eduardo Peixoto Freire Giraldes.

Organizam três Regimentos de Cavalaria, com voluntários da Vila de Nioaque, Distrito de Campo Grande, Ponta Porã e Bela Vista. Escolheram os seguintes cidadãos para comandar:

¨      1º Regimento - Tenente Coronel João Rodrigues Sampaio
¨   2º Regimento - Tenente Coronel João Luiz  da Fonseca e Moraes;
¨    3º Regimento  -  Tenente Coronel Athanazio de Almeida Mello.

Enquanto isso na Vila Nioaque, o Major David de Medeiros tenta sublevar o povo contra Mascarenhas. Já era tarde e foi inútil a tentativa.

É a contra revolução, tomando o Destacamento de Bela Vista no dia 6 de Maio e o de Ponta Porã no dia 12 e sitiado a Vila de Nioaque no dia 21, tudo do mês de Maio.

Todo o desenrolar da contra revolução no Sul do Estado pode ser acompanhado pela íntegra dos documentos[7] seguintes; do ano de 1892:

Directorio Provisorio do Partido Popular da Villa de Levergeria, no Destacamento de Bella Vista, 8 de Junho de 1892.

Exm.º Snr. Dr. Manoel José Murtinho
Digmº Presidente deste Estado


Tenho a honra de communicar-vos com suma satisfação que depois de acordo entre noz e nossos amigos, deliberamos reagir contra os revoltosos que infelelismente  teem implantado n’este Estado a mais completa e abusiva anarchia e para isso convocado o povo que de muita boa vontade se prestou a auxiliar-nos, reunimos 723 homens que sob o commando em chefe do nosso prestimoso amigo João Mascarenhas secundado pelo também nossos amigos João Baes de Sampaio, Augusto Nunes Ferras, Athanazio d’Ameida Mello, levemos a cabe com o melhor exito nosso intento, sendo tomado o Destacamento de Bella Vista, no dia 21 tudo do dito mez; depois de citiado Nioac, os militares aderirão á nossa cauza, notando que sua adezão, segundo cremos, foi cauzado pelo temor que lhes invadiu o numero de povo que os cercava,  visto como até aquella dacta, cumpriram todas as ordens emanadas pelo Coronel Barboza. Todo o Povo se portou com moralidade e energia que deve ter homens honestos e que defendem uma cauza justa, havendo entre elles alguns que se destingem pelos esforços que fizerão e serviços que prestarão de cujos tereis conhecimento mais tarde.Temos mais a notar que o povo que reunimos foi pertencentes aos districtos de Nioac, Bella Vista e Campo Grande, faltando todo o povo de Vacaria, por haver o Capitão João Teixeira Muzzi empregado toda a sua influencia afim de desvial-los de nos accompanhar e que infelismente conseguiu, por cujo  motivos o considera como nosso adversario, como realmente é.

O Major Francisco David de Medeiros, munido por um official assignado pelo Major Consul, em que, segundo o mmo. David declara lhe ordenava que reunisse homens e cavallos para com os Militares de Nioac baterem o povo, ao ponto de reunirem 20 homens, incluzive tres filhos e quatro camaradas e com estes tentou retomar o Destacamento de Bella Vista, occazião em que  soube do ocorrido em Nioac, pelo Capitão José Maria Ferreira e Philadelpho de Campos Machado, que seguiram para o Paraguay emigrados em vista do que os acompanhou. Estes levarão em sua companhia um criminozo de mortes de nome Satiro, que se achava prezo em Nioac no xadrez do 7º Regimento de Cavalaria, do qual obtiverão a soltura e com este malvado de lá mesmo ameação a existencia d’alguns de nóz, porem estamos prevenidos.

Miranda também foi tomada pelos nossos amigos, Capitão Francisco Alves, José Alves Ribeiro e outros.

Bella Vista e Ponta Poran, achão-se guarnecidos por paisanos até ordem de Vossa Excelencia. Em vista das circustancias que occorreram, tomaremos as nossas medidas que julgamos convenientes e necessarias.

Saude e fraternidade

Os membros do Directorio presentes:
João Rodrigues de Sampaio,
Eduardo Peixoto Freire Giraldes
Augusto Nunes Ferraz”.

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18.2.9 Dissolvição das tropas contra-revolucionárias

            O próximo documento[8] de Mascarenhas trata do fim deste movimento, dissolvição das tropas e o custo total das operações no Sul, vinte contos de réis.

“Miranda 1º de Julho de 1892

Ilustre Cidadão Coronel Generoso Paes Leme de Souza Ponce – 1º Vice-Governador do Estado e Commando das Forças Patrioticas de Cuyabá.


Cabe-me a honra juntar-vos um relatorio breve dos movimentos populares d’esta comarca e as copias das notas officiaes cambiadas até  a dacta com as differentes autoridades para os fins que antecederdes mais adequados e convenientes, approveito a opportunidade, para manifestar-vos que hoje dissolvi as forças sob  meu commando a convite do Coronel Horacio de Almeida, por declarar-me por nota n. 15, que as forças federaes acahão-se em numero suficientes para a manutenção da ordem n’este Estado. O gasto por mim autorizado, tanto pela manutenção das forças patrioticas, como para a sua conservação podem montar a quantia de 20:000$000(vinte contos de reis) aproximadamente, caso deve-se atender os reclamos dos varios proprietarios prejudicados pelo extravio ou perda de alguns cavalos.

Saude e Fraternidade

João Ferreira Mascarenhas”.

Ao mesmo tempo em que as Forças patrióticas lutavam no Sul conquistando os Distritos e as Vilas de Nioaque e Miranda, em Cuiabá, o Coronel Generoso Ponce, a 7 de Maio de 1892, à frente de mais de 3.000 homens,  estabeleceram cerco a Cuiabá e depois de sangrentos combates nas ruas, assume o Governo, até que o Presidente deposto, Dr. Manoel José Murtinho, que  se encontrava no Rio de Janeiro, se apresentasse para reassumir o seu cargo e que verificou a 20 de Julho.

Restabelecida, estava, portanto, a normalidade política e administrativa do Estado e consolidado definitivamente o regime republicano e a nova Constituição.

O Presidente Murtinho, embora tenha tido pesado ônus na sua gestão governamental, marcado por conflitos políticos terminou o seu mandato e pôde transmitir ao seu sucessor o Governo do Estado numa condição de relativa tranqüilidade e organização administrativa.

O mentor intelectual da tamanha confusão, o Coronel João da Silva Barbosa e que o escritor Nioaquense, Hélio Serejo, cognominou de: “O Homem Mau de Nioaque”, derrotado, foi escoltado e enviado para o Rio de Janeiro para apresentar-se ao Ministro da Guerra, para as cabíveis punições Militares.

Os últimos desfechos em Nioaque e Sul do Estado podem,  também ser sintetizados nas correspondências seguintes:

De João Mascarenhas encaminhada ao General Ewbank[9]

“Depois que o 7º Regimento fez adesão à causa do Povo e aceitou a imposição se mandar o Capitão José Maria Ferreira para a Capital Federal para apresentar-se ao Ministro da Guerra,  julguei terminada a necessidade de reter por mais tempo todas as forças arregimentadas, debandei-as para  tratarem dos respectivos trabalhos abandonados somente pelo patriotismo de cada um, porém como é indispensável esperar os últimos acontecimentos de uma ordem de V. Exª. que nos assegure a paz e tranqüilidade no nosso Estado fico de prontidão com uma força de 150 praças compreendidas  as que foram em perseguição do caudilho Francisco David de Medeiros, que se diz refugiado na vizinha República do Paraguai com o intuito de bater o nosso destacamento aleivosamente  e praticar outros absurdos de que é capaz.

O Capitão Secretário cidadão Miguel A. Palermo, que é portador deste relatório, dará as explicações que lhe forem exigidas por V. Exª.

Saúde e fraternidade
João Ferreira Mascarenhas
Comandante e Chefe”.

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18.2.10 Retorno à normalidade

O  ofício[10] do delegado de polícia de Levergeria, Nioaque, Augusto Nunes Ferraz testifica a volta à normalidade e a restituição aos cargos das autoridades nomeadas pelo Presidente Murtinho antes da sua deposição do governo.

 “Delegacia de Policia do Termo de  Levergeria, 3 de Setembro de 1892.

Ao Ilustre Cidadão Tenente José Magno da Silva Pereira
Digmº Secretario do Governo do  Estado

Tenho a satisfação de acusar a recepção de vosso officio n.º 320 de 10 de Junho proximo findo no qual acompanhou o exemplar da Gazetta Official n.º274 de 19 de Maio que publicou o Decreto e Acto n.º 1 as quaes declaram nullas todos os actos ao Governo sedioso que iniciados em Corumbá a 22 de  Janeiro e terminou a 7 do dito mez de Maio (1892), dia em que se estabeleceu a legalidade e justiça, prevaleço-me da opportunidade de apresentar-vos os meus protestos de alta consideração e subida estima.

Saude e fraternidade

Augusto Nunes Ferraz”.

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            João Ferreira Mascarenha, reclama ao governo do Estado, Dr. Murtinho, o não recebimento do dinheiro gasto com a operação militar da contra-revolução no sul do mato grosso sob o seu comando, é o teor do próximo documento[11].

“Nioac 6 de Junho de 1893


Excelentissimo Senhor


Tenho dirigido em data de 1º de Julho do anno p.p. em  officio ao Vice-Governador do Estado, cuja copia inclusa verá logo  depois de restabelecido o Governo da Legalidade, versando  sobre os gastos de manutenção da Força Patriotica no Sul  deste Estado e não obtido resposta alguma até a prezente é momento opportuno rogar V. Exª tomar as providencias necessarias para que  “em caso negativo” possa recorrer ao Governador Federal.

Saude e fraternidade

Ao Exmº Sr. Dr. Prezidente do Estado

João F. Mascarenhas”.

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            A nomeação do novo delegado de polícia, Manoel Jorge das Neves, para Nioaque, indicação do Presidente do Estado, Manoel José Murtinho, é o assunto do próximo ofício[12].


N.º 1 – Delegacia de Policia do Municipio de Nioac 9 de Outubro de 1894


Ao Exmº. Senr. Doutor Manoel José Murtinho
Dignissimo Prezidente do Estado de Matto-Grosso.

Altamente honrado por V.Exª. para exercer o cargo de suplente do Delegado de Policia deste Municipio e não podendo deixar de responder ao chamado que me fez para de alguma maneira, com quanto humildemente secundar os esforços do digno magistrado que tem feito guiar sua administração sobre eichos de brilhante na moralidade e na justiça, tenho penetrado neste dia, o compromisso do estylo assumido a jurisdição passada pelo cidadão Delegado de policia em officio de hoje.

Assim ao communicado a V.Exª. e agradecendo-lhe a distinção de que me fez  assegurar-vos que não pouparei esforços para corresponder devidamente  a confiança que em mim se fez.

Saude e fraternidade

Manoel Jorge das Neves”.

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Voltando a reinar a normalidade política e administrativa no Município de Nioaque, sendo vencedores o Partido Republicano, todos os eleitores preparavam-se para eleger o primeiro Intendente, Vice-Intendentes e Vereadores  do Município de Nioaque para o quadriênio de 1893 a 1896.

No dia 27 de Outubro de 1892,  procedeu a eleição, sendo  eleito Intendente o Cidadão João Luiz da Fonseca e Moraes, ex-comandante de um dos Regimentos das Forças Patrióticas e Vice-Intendentes os cidadãos: Joaquim Augusto de Oliveira Cezar e Olimpio Monteiro de Lima.


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18.3 Episódio Jango Mascarenhas & Muzzi


18.3.1 Capitão Caetano Teixeira Muzzi

Na fazenda Santa Rosa[13], no Porto do Rio Brilhante, foi organizada uma guarda avançada da fronteira, sob o comando do  Capitão João Caetano Teixeira Muzzi, veterano da Guerra de 1870 e uma dos heróis da Retirada da Laguna, tendo tomado parte ativa nos combates travados com os paraguaios às margens do Apa. No combate Nhandê-pá, foi ferido, o que lhe permitiu receber a condecoração de Cavalheiro da Ordem da Rosa.

Muzzi inteligente e trabalhador começou a conduzir mercadorias da Vila de Concepción (Conceição), no Paraguai e negociava com os fazendeiros, suprindo-os de sal e demais artigos que necessitavam. A sua caravana ultrapassava o número de trinta carretas, que eram os únicos veículos existentes para aquele transporte.

Assim, com o seu comércio estabelecido em Santa Rosa, Muzzi logo se tornou abastado, corajoso e insinuante como era; angariou grande prestígio naquela zona, tornando-se o chefe do Partido autonomista e partidário da separação do Sul de Mato Grosso,  pelo que começou a ser combatido. Começaram as divergências entre ele e Mascarenhas, agravada pela ação dos Murtinhos que, de Cuiabá, o insuflavam para uma resistência de caráter político.

Colocado os dois caudilhos em posição antagônica, a situação agravou-se e irrompeu a luta. Depois de alguns encontros entre as suas forças, que já estavam em campo, Mascarenhas sitiou Santa Rosa que foi arrasada e incendiada pela ação do bombardeio de um canhão levado do velho Forte de Dourados, que ali estava abandonado.

O Capitão Muzzi, embora vencido, persistiu na luta desigual e, de acordo com sua têmpora, queria sacrificar a vida sem recuar diante do seu valente inimigo.

Somente e empenho dos seus inimigos, pode dissuadi-lo daquela resistência inútil na qual estava empenhado e o acompanharam até o outro lado da fronteira, no Paraguai, onde ele se homiziou,  abandonando a  política definitivamente e não mais regressando ao Brasil e somente depois de morto, foi trazido e enterrado em Bela Vista, onde ainda hoje encontramos o mausoléu homenagem de sua família.


"João Caetano Teixeira Muzzi - "Cap Muzzi" (1846-1908): é o patriarca da família "Muzzi"... Integrou as forças do Cel Camisão na Guerra do Paraguai... Pertenceu ao 17º Batalhão de Voluntários da Pátria, tendo inclusive, combatido na "Batalha de Nhandipá" (11 de Maio de 1867), durante a Retirada da Laguna... Contraiu matrimônio em primeira núpcias com Dona Dolores Arguelho, com quem teve um filho e, em segunda núpcias com Philomena Chaves, com quem teve três fi lhos... Foi o primeiro líder divisionista do antigo Estado do Mato Grosso, tendo inclusive, fundado um partido (o Autonomista)... Liderou a revolução de 1896, que leva o seu nome... Derrotado em suas terras por Jango Mascarenhas (segundo divisionista), retirou-se para o Paraguai, onde veio a falecer em 1908, na cidade de Concepcion... Seus restos mortais foram transladados para o cemitério de Bela Vista-MS, onde se encontram". (créditos
http://retiradalaguna.blogspot.com.br/. 1999
CAP MATTOS
BELA VISTA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL).



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18.3.2 João Ferreira Mascarenhas.

O destino final do maior líder político que Nioaque possuiu em toda sua História e que sua vez, foi também o líder político mais importante que o Sul de Mato grosso possuiu até o final do século XIX, teve uma morte típica de um homem, que não fez outra coisa na vida, senão lutar. Lutar em defesa do Sul! Lutar pelo desenvolvimento social, político e econômico de Nioaque! Lutar para restabelecer a paz e a ordem política na região Sul do Estado e deste modo, em cooperação com o Norte de Mato Grosso! Lutar pela maturidade dos ideais Republicanos no Estado! Lutar para vencer!

Lutar para não morrer! E por fim, lutar para não mais lutar!

O Coronel João Ferreira Mascarenhas, é um pouco das Memórias de Nioaque,  um pouco da  História do Mato Grosso do Sul. É um pouco das Memórias que deve estar presente na mente de todos os filhos desta terra.
               
            Em 15 de Agosto de 1895, assume o Governo do Estado de Mato Grosso, o sucessor do Dr. Manoel José Murtinho, o Engenheiro Antônio Corrêa da Costa e que pediu exoneração do cargo no dia 25 de Janeiro de 1898, um pouco antes do término do mandato. Depois de uma gestão equilibrada, organizou a  exploração da erva-mate na região Sul do Estado, regulamentou a instrução pública do ensino fundamental, reorganizou a imprensa oficial, modificou o processo de medição e demarcação das propriedades.

Sua renúncia foi motivada por um incidente conhecido como o episódio “Siga o Bonde”. 25 de Janeiro de 1898 chegava em Cuiabá o  Senador Ponce, líder político e de grande prestígio no Estado. Recebido festivamente no porto fluvial,  em seguida rumou para o centro da Cidade, onde habitualmente buscava o bonde para transportá-lo. Quando acomodados, por ordem do chefe de polícia. O Senador Ponce, indignado e imperativo ordena: “Siga o Bonde”. Tal transtorno causou a renúncia do Presidente do Estado e a demissão do Chefe de Polícia, por sentirem com autoridade desrespeitada.

Assumiu o cargo, o Coronel Antônio Cezário de Figueiredo, 2º Vice-Presidente. As circunstâncias criadas com a renúncia de Corrêa da Costa motivaram na escolha do seu sucessor uma profunda agitação política.

Definida a escolha do candidato para o quadriênio seguinte, divide-se o partido dominante em face das indicações dos candidatos: Generoso Ponce apresentou o Engenheiro João Felix Peixoto de Azevedo e os irmãos Murtinho (Manoel e Joaquim) indicaram o Senador José Maria Metelo.

Nas eleições, Joaquim Felix, candidato do Senador Ponce, saiu vitorioso.

Os irmãos Murtinhos, não se convenceram da derrota e juntamente com os seus correligionários, começam a pressionar a Assembléia Legislativa para anular as eleições. Organizam  grupos armados. A neutralidade do Governo Central e das forças policiais da Capital colocam o Coronel Antônio Paes de Barros, usineiro da região, no comando de um grupo armado, invadindo a Capital. A Assembléia Legislativa acabou aceitando a imposição que lhe fizeram anular a eleição.

O Senador Ponce chefe dos Republicanos, retira-se e abstém-se da nova eleição.

Sem concorrente, o Capitão de Mar da Marinha Nacional, Antônio Pedro Alves de Barros, foi empossado no dia 15 de Agosto de 1899.

Em seguida, 31 de Agosto, em plena via pública da Capital, deu-se o atentado a vida do Senador Ponce, pelo agrimensor  Ramão Jackwisk,  de nacionalidade polonês e naturalizado brasileiro. Os amigos de Ponce, revoltados, lincham o agrimensor. Essa violenta reação fez eclodir novamente no Estado uma vida política conturbada. Da Capital espalhou para o interior.

Em Paranaíba, o Argentino Dionísio Benites, conflitava com os domínios políticos dos Garcias que imperavam no Município há muitos anos.

Na região Sul, João Ferreira Mascarenhas, caudilho da região de Nioaque e Miranda, organizava forças solidário com Ponce, cujo prestígio político se procurava demolir desde o golpe desfechado contra a Assembléia Legislativa e pela perseguição dos seus correligionários de maior projeção.

Por outro lado, João Mascarenhas vinha sendo aos poucos desprestigiado pelos outros caudilhos migrados do Rio Grande do Sul para a fronteira com o Paraguai, Bela Vista e Ponta Porã, entre outros: Felipe de Brum, Bento Xavier, Firmino Rodrigues, partidários dos Murtinhos. Era uma revanche política.

Na Capital, o Capitão Pedro Alves de Barros, face aos conflitos, entrega o comando das forças ao Coronel Antônio Paes de Barros[14], famoso comandante da Legião Campos Sales, afim de manter o prestígio da autoridade constituída e que dele a História só possui registros de violência.

Vamos ao desfecho do movimento encabeçado por Mascarenhas no Sul do Estado, na Região de Nioaque.

“Em 1901, irrompe um movimento armado[15], chefiado no Sul pelo Coronel João Ferreira Mascarenhas, que vindo de Corrientes, Argentina,  atravessa o Paraguai, entrando no Estado, em Porto Murtinho. Mascarenhas era o 2º Vice-Presidente do Estado, correligionário do Generoso Ponce e se sublevara contra o Governo do Coronel Pedro Alves de Barros, imposto pela política de Antonio Paes de Barros com  a qual estava  em desacordo, em virtude das violências praticadas contra os seus partidários e pretendia depô-lo com o auxilio de outros chefes do Norte”.

O primeiro choque das forças deu-se em Ponta Porã no lugar denominado de Sepí-Cuê, onde as mesmas foram  batidas e derrotadas por patriotas, comandados pelo Coronel Felipe de Brum, Matias Ferreira Dias e Firmiano Rodrigues.

Após essa derrota, Mascarenhas concentrou suas  forças em Nioaque, às margens do rio Taquarussu, a fim de se refazer e prosseguir a luta.  As tropas de Felipe de Brum, no entanto,  seguiram-lhe com as vindas de Bela Vista sob o comando de Bento Xavier. Eram todos, Felipe de Brum, Bento Xavier, Matias e Firmiano Rodrigues, gaúchos valentes e experimentados nas lutas armadas no seu Estado Natal.

A tropa viajava somente à noite, acampada para as carneadas durante o dia e tendo o cuidado de amarrar as esporas e os outros metais dos arreios que naquele tempo eram usados pelos cavaleiros a fim de evitar qualquer ruído que os pudessem denunciar.

Nessa marcha silenciosa e precavida, chegou à coluna a Fazenda Esperança e acampou na cabeceira do rio Taquarussu,  próximo ao local onde estava o inimigo, que nada havia percebido.

Localizada a invernada, onde se achava a cavalhada de Mascarenhas, foi mandado o goiano Sebastião Lopes Zed com uma escolta, com a qual cortando o arame, aprisionou a mesma com a guarda que vigiava, trazendo-as a seu comando.

No dia seguinte, 23 de outubro, pela manhã, as forças comandadas por Felipe de Brum e Bento Xavier, atacaram as tropas inimigas pela frente, enquanto que três esquadrões de lanceiros acometiam de surpresa pela retaguarda.

Não podendo resistir ao impacto daquele duplo embate, a tropa de Mascarenhas foi totalmente esmagada, sendo ele morto, às margens do Taquarussu, já lutando sozinho e depois de haver descarregado a última bala de seu revólver.

Terminado o movimento e consumado a queda de Generoso Ponce, tornou-se firme por algum tempo a posição política de Totó Paes, prestigiada pela influência  dos Murtinhos.

Havia desaparecido do cenário político do Sul de Mato Grosso o seu poderoso adversário – JANGO MASCARENHAS.

Com o fim de garantir a situação da fronteira, foi organizado em Ponta Porã, com sede em tratarem, uma brigada sob o comando do Coronel Felipe de Brum, na qual passaram a fazer  parte em postos de oficiais Matias Ferreira Dias, Coronel; Firmiano Rodrigues, Major; João Maria da Silva, Capitão; Jerônimo Belmonte e Alfredo Belmonte, Tenente, bem como outros da  Coluna.

Felipe de Brum foi eleito Deputado Estadual pelo Sul.

“O Coronel João Ferreira Mascarenhas,  morreu combatendo, embora numa luta inglória, que outro nome não merece a luta entre irmãos - morreu na fazenda Esperança, às margens do rio Taquarussu, Município de Nioaque, no dia 23 de Outubro de 1901”. (Estevão de Mendonça).

Finaliza[16]-se assim o Século XIX...


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[1] Gravura extraída do Livro: Nioaque, Evolução Política e Revolução de Mato Grosso, p. 48, com os dizeres: João Ferreira Mascarenhas (foto introduzida pelo autor e recuperada por Elizabeth Baish).
[2] Arquivo Público de Mato Grosso,  Centro Político Administrativo, Cuiabá – MT, 1984.
[3] Arquivo Público de Mato Grosso, 1984.
[4] Da Ata extraída do Livro “Generoso Ponce Um chefe, pag. 91, 92, 93 de autoria de Generoso Ponce Filho – citado por Demosthenes Martins no Livro História de Mato Grosso”.

[5] Referência extraídas do Livro – “O Homem Mau de Nioaque” de autoria do escritor Helio Serejo
[6] Op. Cit. Ref. 2
[7] Cópia cedida pelo Arquivo Público de Mato Grosso, Cuiabá, 1985.
[8] Arquivo Público de Mato Grosso, Cuiabá, 1985.
[9] De Hélio Serejo, o Homem Mau de Nioaque, s/d.
[10] Ofício encaminhado para o  Governo de Cuiabá, cópia cedida pelo Arquivo Público de Mato Grosso, 1984.
[11] Cópia cedida pelo Arquivo Público de Mato Grosso, Cuiabá, 1984.
[12] Cópia cedida pelo Arquivo Público de Mato Grosso, Cuiabá, 1985.
[13] Extraído do Livro Resenha Histórica de Mato Grosso- Fronteira com o Paraguai, Livraria Rui Barbosa, de autoria de Pedro Angelo da Rosa, 1962.
[14] Conhecido como Totó Paes.
[15] Op. Cit. Ref. 3.
[16] Outras Fontes que subsidiaram este Capítulo:
Entrevista com moradores antigos;
Consulta ao Arquivo Público de Mato Grosso – Cuiabá- MT.
Correspondências Oficiais e outras documentações – cópias concedidas pelo Arquivo Público de Mato Grosso.
História de Mato Grosso – Demosthenes Martins;
O Homem Mau de Nioaque – Hélio Serejo;
Constituição do Brasil e Mato grosso – 1891;
Resenhas Documentárias da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores de Nioaque;
História do Brasil – Enciclopédia Globo – Porto Alegre – 1967.

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