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terça-feira, 3 de maio de 2016

TÓPICO 23 - NIOAQUE NA HISTÓRIA ATO CÍVICO 1956 SOLENIDADE CÍVICA DO DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – 1956



MOMENTO SOLENE SOLENIDADE CÍVICA DO DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 7 DE SETEMBRO DE 1956


Independência ou Morte, do pintor paraibano Pedro Américo (óleo sobre tela, 1888


Transcrição da Ata de Sessão Solene do Dia da Independência.

Aos sete dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e cinquenta e seis, nesta cidade de Nioaque, Estado de Mato Grosso, reuniram-se no salão nobre da Prefeitura Municipal em sessão solene para comemoração do Dia da Independência as seguintes autoridades civis e militares:

Major Porto Carrero Peixoto - Comandante do 9º Grupo de Artilharia;

Cidadão Hortencio Homes da Silva – Prefeito Municipal;

Major Rubens Resstel – Sub-Comandante do 9º Grupo de Artilharia;

Srn. Antonio de Oliveira Flores – presidente da Câmara Municipal de Vereadores;

Capitão Nedi Cruz – comandante da 2ª Bateria do 9º GA 75 Can sediada nesta cidade;

Dario Pires Peixoto – Vice Prefeito;

Presentes: Nelson do Nascimento Castro; Zenoni de Arruda; Alfredo Machado Borges, Juiz de Paz; Esmaraldo Marinho; Loreto Barbosa Lima, Delegado de Policia; Sebastião David de Medeiros. Tabelião; Bernardo Américo, Coletor Estadual; Padre Francisco Jamigs, Vigário.

As vinte horas de acordo com a programação prevista reuniram-se a mesa a qual por aclamação foi dada a presidência ao Major Edir Porto Carreiro Peixoto e como secretário Ad-hoc o senhor Vicente de Medeiros, Secretário Municipal. O Presidente da sessão Solene ao Dia da Independência, deu uso da palavra ao Capitão Nédi Cruz, o qual proferiu as seguintes palavras: “Honra me abrir esta sessão solene comemorativa a nossa Independência, rememorando nossos grandes, seus feitos, nossos bravos. nas singelas combinação da natureza encontramos sempre o que de mais belo pode o homem almejar. Em vão esforçam-se o artista, o musico e o cientista em procura da perfeição. Ela guarda avarenta o seu segredo.

Senhores... É pois, uma vã tentativa o que ides apreciar nas palavras que se seguem, procurando honrar nosso grande dia, o Dia da Pátria. Um esforço a mais tentando ressaltar os efeitos de nossos grandes. Talvez não o consiga... mas alguma coisa dentre tudo há de permanecer ao menos como demonstração do espirito de Brasilidade. Senhores... O dia de hoje é um grande dia! Hoje é o dia da Pátria. Em verdade o calendário o faz sobressair, mas o dia da Pátria não é só dia 7 de Setembro, é todo o dia, dia em que sentimos a vibração por ser brasileiros. Hoje Senhores é um grande dia. É o dia da Pátria. É o dia de tudo. Dos heróis das famílias, da religião, da fé, da liberdade, de Deus. É o meu dia. É o nosso dia. É sim! Afirmo: quem não tem Pátria, não tem aquilo que sentimos hoje, toda vibração de moços. Toda vibração de brasileiros.

Nesta sessão solene onde oferecemos aquilo de nosso alcance a tudo e a todos, elevamos a Pátria, relembramos os heróis.

Hoje é também o dia dos heróis. Quem diz heróis, lembra sacrifício e renuncia, desprendimento, estoicismo, abnegação e tenacidade.

Lembra os que forjaram a nacionalidade, balizaram as fronteiras, conquistaram os foros de cidadania, fizeram do Brasil a nossa Pátria.

Hoje, é portanto o dia de nossos heróis, os forjadores da nossa grandeza, os que deram a vida pelas nossas vidas. Hoje, Senhores, é o dia de honrá-los.

O povo que venera os seus heróis, estimula os filhos, forja valentes.

Aqui nesta cidade histórica, quase legendária pelo passado de valor, se abriga o preito para eternizar os bravos. Senhores é o monumento aos heróis da Laguna. A pedra e o bronze conduzirão ao sempre os feitos daquele punhado de bravos. E o povo desta terá sempre as gerações o exemplo honroso para nossa gente. Para que nós fossemos nós, para que este chão fosse Pátria, imolaram as suas vidas num exemplo dignificante de heroísmo morreram. Deram a vida para que a Pátria sobrevivesse com dignidade e honra. Eles não ofereceram em vão. Ninguém parece em vão. no entanto, senhores, morreram os heróis, morrem forjando nacionalidade, balizando fronteiras, conquistando a liberdade. Assim se foram os bandeirantes, assim os elaboradores da independência, assim os forjadores da soberania.

E diante de nossos olhos, cheios de imaginação, começaram a desfilar no dia de hoje os nossos heróis Lá vem Caxias, símbolo da Unidade Nacional. A retidão do caráter. Lá vem Osório, o legendário centauro dos pampas. Representa a Vitória sobre o Paraguai.

Lá vem, outros, outros, mais e mais, estão vindo também. São os expedicionários, sacrifício que engrandecem a terra de nossos sonhos, tornou-a mais respeitável e fê-la muitos brasileiros pronto. Terminou – Não! Lá vem mais, cheios de louros, fanfarras, clarins, tambores, bandas, júbilo, glória. Senhores, silenciais. Rendamos nosso preito, respeito, muito respeito; veneração: São os heróis da Laguna. Camisão de olhos sereno e manso. Fisionomia dos bravos e fortes. Satisfação da missão cumprida. E... o resto, todos iguais a ele. Que garbo, que entusiasmo.

Senhores, são os nossos maiores heróis. São aqueles que abraçaram a sublime missão de salvar a Pátria. São aqueles que resolveram comprar a vitória. E o Preço? O preço da Pátria. Escolheram a morte. Jamais entregariam o Brasil.

Senhores de Nioaque, esta terra dadivosa e nobre, histórica e brava, seio acolhedor de heróis, teatro da coluna legendária. Esta cidade testemunha longínqua, mais brasileira que muitas brasileiras, perpetuada na pedra e no bronze, os feitos da bravura: o monumento dos heróis da Laguna. Eles não desapareceram em vão.

A Pátria vive! Senhores... Hoje é o dia da pátria. Hoje é o dia dos heróis, estas são minhas palavras proferidas. Proferidas a vós. Proferidas a Pátria, dirigidas aos heróis. Atentai para elas!

Já as disseram as gerações passadas, repito nas gerações presentes e hão de repeti-las as gerações futuras. A História não muda. Os fatos mais recentes têm origem nos mais remotos.

Senhores... o momento é solene, não há pomposidade de banquetes, hipocrisias, interesses, nem bajulações, no entanto,, é solene. Há sinceridade, há reconhecimento dos verdadeiros valores, dos atos heroicos.

Aos heróis é dirigida esta homenagem; a eles são dedicadas estas palavras, sem expressão, sem voz, deste orador sem nome...

Senhores... Hoje é um grande dia. É o dia da Pátria.

Honra-me ter aberto esta sessão solene nesta cidade Histórica”.

A seguir o presidente da mesa foi dado o uso da palavra ao cidadão Hortencio Gomes da Silva o qual disse o seguinte:

“Com o encerramento da Semana da Pátria que foi tão bem comemorada pelo ilustre orador, que aqui falou. Lembrando fatos e heróis que em longínquos anos imortalizaram os seus nomes em defesa e integridade de nossa Pátria.

Eu vos falarei da nossa e velha heroica cidade de Nioaque. Seu nome de origem Guarany , quer dizer clavícula quebrada, por que quando aqui ainda era sertão bravio os índios aqui campeavam e nas suas constantes tropelia, um levando um tombo do cavalo, os seus companheiros perguntaram o que aconteceu e ele respondeu: Anhuaque, que queria dizer Clavícula Quebrada.

Heroica eu disse e é heroica sim, porque desde os seus primeiros dias de vida que tem sofrido os mais cruéis impactos do adverso ao seu destino. Sofreu a invasão das tropas paraguaias, que trazia como lema: “Matar e destruir tudo o que por ventura caísse em seu poder.” Fechemos os olhos por momento e voltemos os pensamentos para aqueles longínquos anos de 1867, quando isto aqui ficou a mercê de um inimigo cruel, desprovido de qualquer sentimento humanitário e nós mesmos tiramos uma conclusão.

Nioaque ficou reduzida a cinzas e pó, restando-nos como testemunho daqueles dias trágicos, um velho canhão que hoje dorme o seu sono de Paz aos pés do monumento aos heróis da Retirada da Laguna.

Passada este primeiro brilhante revés, volta Nioaque a oferecer um futuro brilhante e promissor com o aquartelamento de Tropa Federal, mas eis que surge novamente a mão da fatalidade. Retirada a Tropa federal que compunha 90+ de nossa população. Nioaque volta novamente a mercê de sua sorte, não terminando porque um punhado de bravos aqui ficaram resistindo a politicagem de ferro e sangue e as revoluções absurdas que por esta paragens gravavam, este punhado de bravos, muitas vezes com sacrifício da própria vida, lutavam por um único ideal, dar aos seus filhos aquilo que eles não puderam ter. Um Nioaque melhor.

O tempo passa e com ele Nioaque, esquecido dos governos Federal, Estadual, ele no seu passo de cagado, vai vencendo a velha lenda do “Osso do Burro” aqui enterrado, o que quer dizer: “Aqui nada vai para frente”, enganou-se, porém esta velha lenda, porque com osso de burro aqui enterrado, com sangue ou sem sangue de padre aqui derramado, outra lenda, a verdade é que Nioaque marcha para frente com um futuro brilhante. Haja visto a demonstração de civismo feito hoje pela nossa galharda mocidade civil e militar ao desfilar pelas ruas de nossa cidade em homenagem a data máxima dos brasileiros, a nossa independência.

Parabéns mocidade nioaquense, o futuro desta terra está em vossas mãos e espero que em futuro bem próximo Nioaque esteja marchando em compasso com as mais prodigas cidades mato-grossenses, realizando assim o sonho daqueles que em campo de luta tombaram por nós.
♣♣♣♣♣♣♣


A seguir a professora Laci Cruz Moura usou da palavra concedida pelo senhor presidente, a qual disse o seguinte:

“Exmo. senhor Prefeito Municipal, autoridades eclesiásticas, civis e militares, minhas Senhoras, meus Senhores, Caros colegas, Queridos alunos.

O 7 de Setembro, data que todo o Brasil hoje festeja e não há dúvida a maior da nossa pátria.

Seria impossível enumerar neste momento com todos os fatos que culminaram com a nossa emancipação política, falarei porém sobre os mais importantes:

A 26 de Abril de 1821, com saudades da terra, em que dizia “ter vivido os mais felizes anos de sua vida”, partiu D. João VI para Portugal, deixando como regente o príncipe D. Pedro. Antes de embarcar recomendara a seu filho: “ Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar do que para alguns desses aventureiros” a princípios D. Pedro encontrou sérias dificuldades em seu Governo. A população do Rio de Janeiro diminuíram em mais de 3.000 pessoas, o comércio sofria grande crise, dera-se inúmeras polêmicas, D. Pedro tratou logo de melhorar a situação usando das instruções aqui deixadas por seu pai.

Ele demonstrava bem seu empenho de servir com inteligência e energia a causa pública, entretanto, as juntas administrativas de várias províncias do Norte, não lhe reconheciam a autoridade e recusavam obediência as suas resoluções e decretos. As Côrtes de Lisboa haviam estabelecido as bases da Constituição e, no Rio, antes que viessem notícias oficiais do fato, a guarnição portuguesa ameaçando revoltar-se, forçou D. Pedro a jurá-los. No entanto havia disputa dos portugueses que se revoltaram contra Portugal e que muito lutaram na defesa dos interesses do Brasil, entre eles mencionam-se: José Coutinho, Costa Aguiar, Padre Feijó, Fernandes Pinheiros, Campos Vergueiro e Antônio Carlos, que em certa ocasião bradava na Câmara quando procuravam abafar-lhe a voz com afastes e gritos “Silêncio! do alto desta tribuna, até os reis hão de me ouvir!” Entretanto, insultado pelas plebes e mesmo ameaçando em sua vida, diversos deputados brasileiros, com Antônio Carlos à frente, tiveram de deixar Lisboa, refugiando-se na Inglaterra, donde lançaram um manifesto explicando ao mundo civilizado os motivos que os forçaram a abandonar as Côrtes.

Apesar dos protestos veementes de Antônio Carlos, as Côrtes continuaram no seu intento de recolonizar o Brasil. Os famosos decretos de Setembro, suprimiam os tribunais do Rio de Janeiro e ordenavam ao príncipe que passasse a regência a uma junta provisória e regressasse a Portugal a fim de completar a sua educação, viajando pela Europa.

A notícia dos decretos da Côrtes causou grande indignação. D. Pedro parecia hesitar no que devia fazer. Sendo Herdeiro da coroa de portuguesa, D. Pedro queria conservar a união de Portugal e do Brasil, vindo dos dois países, mas via também que a Independência do Brasil era uma questão talvez de pouco tempo, e ressentindo com atitude das Côrtes, “ia se inclinando para os brasileiros”, entretanto mandou executar os decretos e providenciou para sua viagem de regresso a Lisboa, mas os patriotas com o recurso das associações secretas, iniciaram uma campanha para conseguir o príncipe não obedecesse as ordens da Corte.

Em casa de José Joaquim da Rocha, no dia seguinte, a chegada da noticia dos decretos, havia se combinado como impedir a volta de D. Pedro, foram logo enviando emissários a Minas e a S. Paulo, onde José Bonifácio redigiu uma representação ao príncipe, compelindo-o a desobedecer as ordens de Lisboa e a permanecer como regente no Brasil.

No Rio de Janeiro a representação do Senado da Câmara a D. Pedro foi redigida por Frei Francisco de Sampaio e subscrita por mais de oito mil pessoas. Sua entrega ao príncipe e revestiu-se de grande solenidade: no dia 9 de Janeiro de 1822, pelas ruas enfeitadas, imponente cortejo, tendo a frente o Senado da Câmara com sua Bandeira de cabeça descoberta, seguido de grande multidão, dirigiu-se ao Paço da Cidade, na sala do trono José Clemente Pereira, discursou, fazendo entrega da representação e dizendo ao regente “que a partida da sua alteza real, seria o decreto que teria que sancionar, a Independência do Brasil.”

D. Pedro hesitou um momento para responder e depois deu a José Clemente a resposta, que ele logo transmitiu a multidão: “ESTOU PRONTO, DIGA AO POVO QUE FICO” E como é para o bem de todos e a felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico.

Pouco depois do “dia do fico”, D. Pedro formou seu Ministério, o “Gabinete da Independência”, nomeando para a pasta do reino e dos estrangeiros, José Bonifacio, figura que empregou-se a fundo para alcançar tão retumbante vitória, qual seja a “Independência do Brasil”, em 7 de Setembro de 1822, quando voltava de uma viagem ao litoral de São Paulo, nas proximidades da Capital Paulista, nas margens do Córrego Ipiranga, o príncipe D. Pedro recebeu, abrindo-a imediatamente a correspondência que lhe fora entregue, digo, enviada de Portugal, na qual seu Pai D. João VI, então Rei de Portugal e Algarves, ordenava a sua volta rápida a Lisboa, ao tempo em que criticavam algumas das suas atitudes consideradas pelas Côrtes portuguesas, atentarias à estabilidade da autoridade lusitana, sobre a Colônia brasileira. O Jovem príncipe, nem gesto de revolta, contra as ordens recebidas, desembainhando a espada, arrancando do seu chapéu bicorne as cores portuguesas, conclamaram o nosso povo à Independência ou Morte.

Este gesto era reflexo da aspiração de todo o povo. Três séculos estiveram sob o domínio português e já então possuíamos uma vida própria, uma vida social, econômica, graças talvez, à permanência da Côrte portuguesa no Brasil, por largos anos foragida das Tropas de Napoleão.

Por isso a conclamação do Príncipe regente, encontrou apoio da totalidade do povo. Em seguida D. Pedro era coroado o Primeiro imperador do Brasil Transferindo para nosso ambiente a dinastia da Casa de Bragança.

Como vimos, o dia 7 de setembro, assinala o início da nossa vida como Estado Autônomo. O Brasil era de vós o cumprimento de um dever sagrado que é a manutenção da sua integridade nacional, do mesmo modo que a sua integridade da construção dos dias futuros de modo a ser mantido o respeito e a consideração que impusermos ao mundo para a nossa Pátria. Devias crescer orgulhosos de ser brasileiros e na expectativa de colaborar pela grandeza do Brasil.

♣♣♣♣♣♣♣

            Em prosseguimento, foi pelo presidente dado a palavra a quem dela quisesse fazer uso. Usou-a o Aspirante Nelson do Nascimento Castro, que disse o seguinte:

            Exmas. Autoridades Municipais,
            Senhores Oficiais,
            Cidadãos de Nioaque,

            A pujança de uma Nação vem do orgulho e amor que seus filhos devotam aos fatos e personagem da sua história, do nobre trabalho para mantê-lo uma tradição que sirva de exemplo e estimula a todos aqueles que lutam para engrandecê-la.

            Meus Senhores! Nioaque é um retrato vivo de nossa história. Sobre o solo deste Município, brasileiros imbuídos do espírito de amor a pátria, escreveram com letras de outro um capitulo de nossa história.

            Sois filhos e moradores de um município que tem a herança de uma tradição, da qual devereis orgulhar-vos.

            Do Aipoque ao Chuí, é dever de todos os brasileiros dignos, comemorar seus feitos tradicionais.

            Não tem fundamento portanto, município que deixam de comemorar fatos tão dignificantes por ocuparem uma posição modesta no cenário politico nacional.

            O povo de Nioaque, portou-se de maneira brilhante e altruísta. Digno de suas tradições, realizando nos salões da prefeitura municipal conferências e palestras sobre feitos e fatos de nossa gente.

            Acontecimentos como estes que caracterizam o alto espírito de civilidade, moral e amor à pátria, de que são possuídos os filhos deste município, de ter como berço o solo brasileiro.

            Queremos deixar patente de nossa parte os agradecimentos as autoridades municipais, bem como aos que cooperaram para a concretização dessa solenidade de tão alta significação moral que é a “Semana da Pátria”.

            Encontramos desde o início uma atmosfera favorável ao nosso empreendimento. Lançamos sementes em solo fértil, cujos frutos serão colhidos num futuro próximo...
Cidadãos de Nioaque!

            O Brasil  é uma máquina e nosso senso de patriotismo, o combustíveis dessa máquina. Não podemos deixar faltar este meio de propulsão. Devemos, isto sim, alimentar cada vez mais essa máquina, da qual somos os condutores e ansiamos por percorrer a estrada do progresso. Termos um futuro promissor e estamos mesmo predestinados a marchar ombro à ombro com as potências do mundo. Para isso, brasileiros, o Brasil espera: que o fogo do entusiasmo e da vibração que acendem de nossos corações e façam com que essa chama cubra uma fogueira imensa onde se venera à Pátria.


♣♣♣♣♣♣♣

            Em prosseguimento, foi pelo presidente da mesma sessão solene de comemoração do dia da Pátria, ao Sr. Antônio de Oliveira Flores, que disse o seguinte: “Convidado para falar nesta sessão solene de encerramento da Semana da Pátria, quando se comemora a data bronze do Brasil Nação, devo declarar aqui que nada mais sou que um modesto cidadão despretensioso, cujos conhecimento históricos e literários não vão além de um rudimentar curso primário, conhecimento este adquirido com dificuldades, pois que na minha longínqua meninice, eram rara as escolas no interior ainda pouco povoado de nosso pais, por isso, não vou fazer discursos, nem palestras, apenas pedirei a gentil normalista Marize Medeiros, que leia para as pessoas aqui presente, documentos de real valor, que revelarão os esforços, que sempre empreguei para o progresso de nossa querida Nioaque, neste trabalho contei sempre com a ajuda preciosa do meu inseparável amigo, Dario Pires Peixoto, que era então secretário da nossa prefeitura. Estes documentos revelam o auxilio que prestamos para extermínio dos bandoleiros que por vários anos infestaram esta região. O recolhimento de armas, pertencentes ao exercito. As inúmeras solicitações ao Exmo. Sr. ministro da Guerra, no sentido de que se fosse construído em Nioaque um Quartel. e finalmente.

            A resposta do telegrama que Guilherme Correa da Silva e eu enviamos ao Senhor Zeno Resstel, convidando-lhe para que aqui transferisse sua residência, inclui nos meus telegramas de valor, em sinal de Agradecimento as referencias ontem feitas pelo Senhor Medeiros.

            Oficio dirigido ao sr. Ministro da Guerra, não será o que deu origem da construção do atual quartel mas foi uma das tantas solicitações que o ministério recebeu de Nioaque.

            Telegrama de 9 de Dezembro de 1938
            Recebido do Comando da 9ª Região Militar
            Prefeito Antônio Flores – Nioaque –

            Nº 745 Gpt afim levar bom termo campanha extermínio bandoleiros vg solicito-vos facilitardes fornecimento animais montada com respectivos arreamento para tropa 4 B.S. ai destacado poder exercer rigorosa vigilância essa zona pt.
            Saudações
            José Pessoa
            General Comandante Região
           
            Telegrama de 9 de Janeiro de 1939
            Recebido do Chefe S.M.P
            Prefeito Antônio Flores – Nioaque –

            Nº 22 fpt grato pela comunicação arrecadação armas guerra podeis continuar recebendo pacificamente ditas armas providenciando remessa sede região indicando pessoas entregarem mesmas pt
            Saudações
            Felix Velois
            Capitão Chefe S.M.P

            Telegrama de 26 de Janeiro de 1939

            Recebido do Comando da 9ª Região Militar
            Prefeito Antônio Flores – Nioaque –
            Nº 440 oppt agradeço vossa valiosa colaboração campanha apreensão armas uso exclusivo forças militares pt espero continueis sem tréguas limpar Vosso Município todo armamento ilegalmente posse particulares pt
            Saudações
            José Pessoa
            General Comandante da 9ª Região Militar

            Telegrama de 2 de Março de 1939

            Recebido do Comando da 9ª Região Militar
            Sr. Antonio Flores, D. Prefeito Municipal de Nioaque
            Nº 270 G. pt Deixando Comando 9ª Região Militar quero apresentar minhas despedidas prezado amigo vg agradecendo cooperação prestou meu comando vg fazendo melhor votos vossa felicidade pessoal vg prosperidade esse município pt
            Cordiais saudações pt
            General José Pessoa
            Comandante 9ª Região Militar

            Oficio nº 101 (copia)
            Dirigida ao Exmo. Snr. Ministro da Guerra
Telegrama de 5 de Março de 1938
Antonio Flores – Nioaque –
Seguirei breve tratar assunto convite – Zeno Resstel

Fonte: Livro Ata de Registro das solenidades. associações ou atividades religiosas, sociais ou desportivas, realizadas dentro da área do Município – 1º de Janeiro de 1956 – entre as folhas 08 e 21.


PALESTRAS PROFERIDAS

Solenidade Cívicas do Dia 7 de Setembro de 1956
Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Nioaque
1º Nedy Cruz – Capitão – Comandante da 2ª Bateria do 9º G.A. 75 Can – tema “Os nossos heróis da Guerra do Paraguai;”
2º Hortencio Gomes da Silva – Prefeito Municipal de Nioaque – tema “Nioaque na Guerra do Paraguai;”
3º Laci Cruz Moura – Professora – Grupo Escolar “Antônio João” – tema “O Grito do Ipiranga”
4º Nelson do Nascimento Castro – Aspirante a oficial do 9º G.A. 75 Can – tema “O Amor à Pátria”;
5º Antônio de Oliveira Flores – Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Nioaque – Tema “Leitura de documentos no combate aos bandoleiros entre as Décadas de 1930 e 1940”.






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