MOMENTO SOLENE
SOLENIDADE CÍVICA DO DIA DA
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 7 DE SETEMBRO DE 1956
Transcrição da
Ata de Sessão Solene do Dia da Independência.
Aos
sete dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e cinquenta e seis, nesta
cidade de Nioaque, Estado de Mato Grosso, reuniram-se no salão nobre da
Prefeitura Municipal em sessão solene para comemoração do Dia da Independência
as seguintes autoridades civis e militares:
Major
Porto Carrero Peixoto - Comandante do 9º Grupo de Artilharia;
Cidadão
Hortencio Homes da Silva – Prefeito Municipal;
Major
Rubens Resstel – Sub-Comandante do 9º Grupo de Artilharia;
Srn.
Antonio de Oliveira Flores – presidente da Câmara Municipal de Vereadores;
Capitão
Nedi Cruz – comandante da 2ª Bateria do 9º GA 75 Can sediada nesta cidade;
Dario
Pires Peixoto – Vice Prefeito;
Presentes:
Nelson do Nascimento Castro; Zenoni de Arruda; Alfredo Machado Borges, Juiz de
Paz; Esmaraldo Marinho; Loreto Barbosa Lima, Delegado de Policia; Sebastião
David de Medeiros. Tabelião; Bernardo Américo, Coletor Estadual; Padre
Francisco Jamigs, Vigário.
As
vinte horas de acordo com a programação prevista reuniram-se a mesa a qual por
aclamação foi dada a presidência ao Major Edir Porto Carreiro Peixoto e como
secretário Ad-hoc o senhor Vicente de Medeiros, Secretário Municipal. O
Presidente da sessão Solene ao Dia da Independência, deu uso da palavra ao
Capitão Nédi Cruz, o qual proferiu as seguintes palavras: “Honra me abrir esta
sessão solene comemorativa a nossa Independência, rememorando nossos grandes,
seus feitos, nossos bravos. nas singelas combinação da natureza encontramos
sempre o que de mais belo pode o homem almejar. Em vão esforçam-se o artista, o
musico e o cientista em procura da perfeição. Ela guarda avarenta o seu segredo.
Senhores...
É pois, uma vã tentativa o que ides apreciar nas palavras que se seguem,
procurando honrar nosso grande dia, o Dia da Pátria. Um esforço a mais tentando
ressaltar os efeitos de nossos grandes. Talvez não o consiga... mas alguma
coisa dentre tudo há de permanecer ao menos como demonstração do espirito de
Brasilidade. Senhores... O dia de hoje é um grande dia! Hoje é o dia da Pátria.
Em verdade o calendário o faz sobressair, mas o dia da Pátria não é só dia 7 de
Setembro, é todo o dia, dia em que sentimos a vibração por ser brasileiros.
Hoje Senhores é um grande dia. É o dia da Pátria. É o dia de tudo. Dos heróis
das famílias, da religião, da fé, da liberdade, de Deus. É o meu dia. É o nosso
dia. É sim! Afirmo: quem não tem Pátria, não tem aquilo que sentimos hoje, toda
vibração de moços. Toda vibração de brasileiros.
Nesta
sessão solene onde oferecemos aquilo de nosso alcance a tudo e a todos,
elevamos a Pátria, relembramos os heróis.
Hoje
é também o dia dos heróis. Quem diz heróis, lembra sacrifício e renuncia, desprendimento,
estoicismo, abnegação e tenacidade.
Lembra
os que forjaram a nacionalidade, balizaram as fronteiras, conquistaram os foros
de cidadania, fizeram do Brasil a nossa Pátria.
Hoje,
é portanto o dia de nossos heróis, os forjadores da nossa grandeza, os que
deram a vida pelas nossas vidas. Hoje, Senhores, é o dia de honrá-los.
O
povo que venera os seus heróis, estimula os filhos, forja valentes.
Aqui
nesta cidade histórica, quase legendária pelo passado de valor, se abriga o
preito para eternizar os bravos. Senhores é o monumento aos heróis da Laguna. A
pedra e o bronze conduzirão ao sempre os feitos daquele punhado de bravos. E o
povo desta terá sempre as gerações o exemplo honroso para nossa gente. Para que
nós fossemos nós, para que este chão fosse Pátria, imolaram as suas vidas num
exemplo dignificante de heroísmo morreram. Deram a vida para que a Pátria
sobrevivesse com dignidade e honra. Eles não ofereceram em vão. Ninguém parece
em vão. no entanto, senhores, morreram os heróis, morrem forjando
nacionalidade, balizando fronteiras, conquistando a liberdade. Assim se foram
os bandeirantes, assim os elaboradores da independência, assim os forjadores da
soberania.
E
diante de nossos olhos, cheios de imaginação, começaram a desfilar no dia de
hoje os nossos heróis Lá vem Caxias, símbolo da Unidade Nacional. A retidão do caráter.
Lá vem Osório, o legendário centauro dos pampas. Representa a Vitória sobre o
Paraguai.
Lá
vem, outros, outros, mais e mais, estão vindo também. São os expedicionários, sacrifício
que engrandecem a terra de nossos sonhos, tornou-a mais respeitável e fê-la
muitos brasileiros pronto. Terminou – Não! Lá vem mais, cheios de louros,
fanfarras, clarins, tambores, bandas, júbilo, glória. Senhores, silenciais.
Rendamos nosso preito, respeito, muito respeito; veneração: São os heróis da
Laguna. Camisão de olhos sereno e manso. Fisionomia dos bravos e fortes.
Satisfação da missão cumprida. E... o resto, todos iguais a ele. Que garbo, que
entusiasmo.
Senhores,
são os nossos maiores heróis. São aqueles que abraçaram a sublime missão de
salvar a Pátria. São aqueles que resolveram comprar a vitória. E o Preço? O
preço da Pátria. Escolheram a morte. Jamais entregariam o Brasil.
Senhores
de Nioaque, esta terra dadivosa e nobre, histórica e brava, seio acolhedor de
heróis, teatro da coluna legendária. Esta cidade testemunha longínqua, mais
brasileira que muitas brasileiras, perpetuada na pedra e no bronze, os feitos
da bravura: o monumento dos heróis da Laguna. Eles não desapareceram em vão.
A
Pátria vive! Senhores... Hoje é o dia da pátria. Hoje é o dia dos heróis, estas
são minhas palavras proferidas. Proferidas a vós. Proferidas a Pátria,
dirigidas aos heróis. Atentai para elas!
Já
as disseram as gerações passadas, repito nas gerações presentes e hão de
repeti-las as gerações futuras. A História não muda. Os fatos mais recentes têm
origem nos mais remotos.
Senhores...
o momento é solene, não há pomposidade de banquetes, hipocrisias, interesses,
nem bajulações, no entanto,, é solene. Há sinceridade, há reconhecimento dos
verdadeiros valores, dos atos heroicos.
Aos
heróis é dirigida esta homenagem; a eles são dedicadas estas palavras, sem
expressão, sem voz, deste orador sem nome...
Senhores...
Hoje é um grande dia. É o dia da Pátria.
Honra-me
ter aberto esta sessão solene nesta cidade Histórica”.
A
seguir o presidente da mesa foi dado o uso da palavra ao cidadão Hortencio
Gomes da Silva o qual disse o seguinte:
“Com
o encerramento da Semana da Pátria que foi tão bem comemorada pelo ilustre
orador, que aqui falou. Lembrando fatos e heróis que em longínquos anos
imortalizaram os seus nomes em defesa e integridade de nossa Pátria.
Eu
vos falarei da nossa e velha heroica cidade de Nioaque. Seu nome de origem Guarany
, quer dizer clavícula quebrada, por que quando aqui ainda era sertão bravio os
índios aqui campeavam e nas suas constantes tropelia, um levando um tombo do
cavalo, os seus companheiros perguntaram o que aconteceu e ele respondeu:
Anhuaque, que queria dizer Clavícula Quebrada.
Heroica
eu disse e é heroica sim, porque desde os seus primeiros dias de vida que tem
sofrido os mais cruéis impactos do adverso ao seu destino. Sofreu a invasão das
tropas paraguaias, que trazia como lema: “Matar e destruir tudo o que por
ventura caísse em seu poder.” Fechemos os olhos por momento e voltemos os
pensamentos para aqueles longínquos anos de 1867, quando isto aqui ficou a mercê
de um inimigo cruel, desprovido de qualquer sentimento humanitário e nós mesmos
tiramos uma conclusão.
Nioaque
ficou reduzida a cinzas e pó, restando-nos como testemunho daqueles dias trágicos,
um velho canhão que hoje dorme o seu sono de Paz aos pés do monumento aos heróis
da Retirada da Laguna.
Passada
este primeiro brilhante revés, volta Nioaque a oferecer um futuro brilhante e
promissor com o aquartelamento de Tropa Federal, mas eis que surge novamente a
mão da fatalidade. Retirada a Tropa federal que compunha
90+ de nossa população. Nioaque volta novamente a mercê de sua sorte,
não terminando porque um punhado de bravos aqui ficaram resistindo a
politicagem de ferro e sangue e as revoluções absurdas que por esta paragens
gravavam, este punhado de bravos, muitas vezes com sacrifício da própria vida,
lutavam por um único ideal, dar aos seus filhos aquilo que eles não puderam
ter. Um Nioaque melhor.
O
tempo passa e com ele Nioaque, esquecido dos governos Federal, Estadual, ele no
seu passo de cagado, vai vencendo a velha lenda do “Osso do Burro” aqui
enterrado, o que quer dizer: “Aqui nada vai para frente”, enganou-se, porém
esta velha lenda, porque com osso de burro aqui enterrado, com sangue ou sem
sangue de padre aqui derramado, outra lenda, a verdade é que Nioaque marcha
para frente com um futuro brilhante. Haja visto a demonstração de civismo feito
hoje pela nossa galharda mocidade civil e militar ao desfilar pelas ruas de
nossa cidade em homenagem a data máxima dos brasileiros, a nossa independência.
Parabéns
mocidade nioaquense, o futuro desta terra está em vossas mãos e espero que em
futuro bem próximo Nioaque esteja marchando em compasso com as mais prodigas
cidades mato-grossenses, realizando assim o sonho daqueles que em campo de luta
tombaram por nós.
♣♣♣♣♣♣♣
A
seguir a professora Laci Cruz Moura usou da palavra concedida pelo senhor
presidente, a qual disse o seguinte:
“Exmo.
senhor Prefeito Municipal, autoridades eclesiásticas, civis e militares, minhas
Senhoras, meus Senhores, Caros colegas, Queridos alunos.
O
7 de Setembro, data que todo o Brasil hoje festeja e não há dúvida a maior da
nossa pátria.
Seria
impossível enumerar neste momento com todos os fatos que culminaram com a nossa
emancipação política, falarei porém sobre os mais importantes:
A
26 de Abril de 1821, com saudades da terra, em que dizia “ter vivido os mais
felizes anos de sua vida”, partiu D. João VI para Portugal, deixando como
regente o príncipe D. Pedro. Antes de embarcar recomendara a seu filho: “
Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar do
que para alguns desses aventureiros” a princípios D. Pedro encontrou sérias
dificuldades em seu Governo. A população do Rio de Janeiro diminuíram em mais
de 3.000 pessoas, o comércio sofria grande crise, dera-se inúmeras polêmicas,
D. Pedro tratou logo de melhorar a situação usando das instruções aqui deixadas
por seu pai.
Ele
demonstrava bem seu empenho de servir com inteligência e energia a causa
pública, entretanto, as juntas administrativas de várias províncias do Norte,
não lhe reconheciam a autoridade e recusavam obediência as suas resoluções e
decretos. As Côrtes de Lisboa haviam estabelecido as bases da Constituição e,
no Rio, antes que viessem notícias oficiais do fato, a guarnição portuguesa
ameaçando revoltar-se, forçou D. Pedro a jurá-los. No entanto havia disputa dos
portugueses que se revoltaram contra Portugal e que muito lutaram na defesa dos
interesses do Brasil, entre eles mencionam-se: José Coutinho, Costa Aguiar,
Padre Feijó, Fernandes Pinheiros, Campos Vergueiro e Antônio Carlos, que em
certa ocasião bradava na Câmara quando procuravam abafar-lhe a voz com afastes
e gritos “Silêncio! do alto desta tribuna, até os reis hão de me ouvir!”
Entretanto, insultado pelas plebes e mesmo ameaçando em sua vida, diversos
deputados brasileiros, com Antônio Carlos à frente, tiveram de deixar Lisboa,
refugiando-se na Inglaterra, donde lançaram um manifesto explicando ao mundo
civilizado os motivos que os forçaram a abandonar as Côrtes.
Apesar
dos protestos veementes de Antônio Carlos, as Côrtes continuaram no seu intento
de recolonizar o Brasil. Os famosos decretos de Setembro, suprimiam os
tribunais do Rio de Janeiro e ordenavam ao príncipe que passasse a regência a
uma junta provisória e regressasse a Portugal a fim de completar a sua
educação, viajando pela Europa.
A
notícia dos decretos da Côrtes causou grande indignação. D. Pedro parecia
hesitar no que devia fazer. Sendo Herdeiro da coroa de portuguesa, D. Pedro
queria conservar a união de Portugal e do Brasil, vindo dos dois países, mas
via também que a Independência do Brasil era uma questão talvez de pouco tempo,
e ressentindo com atitude das Côrtes, “ia se inclinando para os brasileiros”,
entretanto mandou executar os decretos e providenciou para sua viagem de
regresso a Lisboa, mas os patriotas com o recurso das associações secretas,
iniciaram uma campanha para conseguir o príncipe não obedecesse as ordens da Corte.
Em
casa de José Joaquim da Rocha, no dia seguinte, a chegada da noticia dos
decretos, havia se combinado como impedir a volta de D. Pedro, foram logo
enviando emissários a Minas e a S. Paulo, onde José Bonifácio redigiu uma
representação ao príncipe, compelindo-o a desobedecer as ordens de Lisboa e a
permanecer como regente no Brasil.
No
Rio de Janeiro a representação do Senado da Câmara a D. Pedro foi redigida por
Frei Francisco de Sampaio e subscrita por mais de oito mil pessoas. Sua entrega
ao príncipe e revestiu-se de grande solenidade: no dia 9 de Janeiro de 1822,
pelas ruas enfeitadas, imponente cortejo, tendo a frente o Senado da Câmara com
sua Bandeira de cabeça descoberta, seguido de grande multidão, dirigiu-se ao
Paço da Cidade, na sala do trono José Clemente Pereira, discursou, fazendo
entrega da representação e dizendo ao regente “que a partida da sua alteza
real, seria o decreto que teria que sancionar, a Independência do Brasil.”
D.
Pedro hesitou um momento para responder e depois deu a José Clemente a
resposta, que ele logo transmitiu a multidão: “ESTOU PRONTO, DIGA AO POVO QUE
FICO” E como é para o bem de todos e a felicidade geral da Nação, diga ao povo
que fico.
Pouco
depois do “dia do fico”, D. Pedro formou seu Ministério, o “Gabinete da
Independência”, nomeando para a pasta do reino e dos estrangeiros, José
Bonifacio, figura que empregou-se a fundo para alcançar tão retumbante vitória,
qual seja a “Independência do Brasil”, em 7 de Setembro de 1822, quando voltava
de uma viagem ao litoral de São Paulo, nas proximidades da Capital Paulista,
nas margens do Córrego Ipiranga, o príncipe D. Pedro recebeu, abrindo-a
imediatamente a correspondência que lhe fora entregue, digo, enviada de
Portugal, na qual seu Pai D. João VI, então Rei de Portugal e Algarves,
ordenava a sua volta rápida a Lisboa, ao tempo em que criticavam algumas das
suas atitudes consideradas pelas Côrtes portuguesas, atentarias à estabilidade
da autoridade lusitana, sobre a Colônia brasileira. O Jovem príncipe, nem gesto
de revolta, contra as ordens recebidas, desembainhando a espada, arrancando do
seu chapéu bicorne as cores portuguesas, conclamaram o nosso povo à
Independência ou Morte.
Este
gesto era reflexo da aspiração de todo o povo. Três séculos estiveram sob o domínio
português e já então possuíamos uma vida própria, uma vida social, econômica,
graças talvez, à permanência da Côrte portuguesa no Brasil, por largos anos foragida
das Tropas de Napoleão.
Por
isso a conclamação do Príncipe regente, encontrou apoio da totalidade do povo.
Em seguida D. Pedro era coroado o Primeiro imperador do Brasil Transferindo
para nosso ambiente a dinastia da Casa de Bragança.
Como
vimos, o dia 7 de setembro, assinala o início da nossa vida como Estado
Autônomo. O Brasil era de vós o cumprimento de um dever sagrado que é a
manutenção da sua integridade nacional, do mesmo modo que a sua integridade da
construção dos dias futuros de modo a ser mantido o respeito e a consideração
que impusermos ao mundo para a nossa Pátria. Devias crescer orgulhosos de ser
brasileiros e na expectativa de colaborar pela grandeza do Brasil.
♣♣♣♣♣♣♣
Em prosseguimento, foi pelo
presidente dado a palavra a quem dela quisesse fazer uso. Usou-a o Aspirante
Nelson do Nascimento Castro, que disse o seguinte:
Exmas. Autoridades Municipais,
Senhores Oficiais,
Cidadãos de Nioaque,
A pujança de uma Nação vem do
orgulho e amor que seus filhos devotam aos fatos e personagem da sua história,
do nobre trabalho para mantê-lo uma tradição que sirva de exemplo e estimula a
todos aqueles que lutam para engrandecê-la.
Meus Senhores! Nioaque é um retrato
vivo de nossa história. Sobre o solo deste Município, brasileiros imbuídos do
espírito de amor a pátria, escreveram com letras de outro um capitulo de nossa
história.
Sois filhos e moradores de um
município que tem a herança de uma tradição, da qual devereis orgulhar-vos.
Do Aipoque ao Chuí, é dever de todos
os brasileiros dignos, comemorar seus feitos tradicionais.
Não tem fundamento portanto, município
que deixam de comemorar fatos tão dignificantes por ocuparem uma posição
modesta no cenário politico nacional.
O povo de Nioaque, portou-se de
maneira brilhante e altruísta. Digno de suas tradições, realizando nos salões
da prefeitura municipal conferências e palestras sobre feitos e fatos de nossa
gente.
Acontecimentos como estes que caracterizam
o alto espírito de civilidade, moral e amor à pátria, de que são possuídos os
filhos deste município, de ter como berço o solo brasileiro.
Queremos deixar patente de nossa
parte os agradecimentos as autoridades municipais, bem como aos que cooperaram
para a concretização dessa solenidade de tão alta significação moral que é a
“Semana da Pátria”.
Encontramos desde o início uma atmosfera
favorável ao nosso empreendimento. Lançamos sementes em solo fértil, cujos
frutos serão colhidos num futuro próximo...
Cidadãos
de Nioaque!
O Brasil é uma máquina e nosso senso de patriotismo, o
combustíveis dessa máquina. Não podemos deixar faltar este meio de propulsão.
Devemos, isto sim, alimentar cada vez mais essa máquina, da qual somos os
condutores e ansiamos por percorrer a estrada do progresso. Termos um futuro
promissor e estamos mesmo predestinados a marchar ombro à ombro com as
potências do mundo. Para isso, brasileiros, o Brasil espera: que o fogo do
entusiasmo e da vibração que acendem de nossos corações e façam com que essa
chama cubra uma fogueira imensa onde se venera à Pátria.
♣♣♣♣♣♣♣
Em prosseguimento, foi pelo
presidente da mesma sessão solene de comemoração do dia da Pátria, ao Sr. Antônio
de Oliveira Flores, que disse o seguinte: “Convidado para falar nesta sessão
solene de encerramento da Semana da Pátria, quando se comemora a data bronze do
Brasil Nação, devo declarar aqui que nada mais sou que um modesto cidadão despretensioso,
cujos conhecimento históricos e literários não vão além de um rudimentar curso primário,
conhecimento este adquirido com dificuldades, pois que na minha longínqua
meninice, eram rara as escolas no interior ainda pouco povoado de nosso pais,
por isso, não vou fazer discursos, nem palestras, apenas pedirei a gentil
normalista Marize Medeiros, que leia para as pessoas aqui presente, documentos
de real valor, que revelarão os esforços, que sempre empreguei para o progresso
de nossa querida Nioaque, neste trabalho contei sempre com a ajuda preciosa do
meu inseparável amigo, Dario Pires Peixoto, que era então secretário da nossa
prefeitura. Estes documentos revelam o auxilio que prestamos para extermínio
dos bandoleiros que por vários anos infestaram esta região. O recolhimento de
armas, pertencentes ao exercito. As inúmeras solicitações ao Exmo. Sr. ministro
da Guerra, no sentido de que se fosse construído em Nioaque um Quartel. e
finalmente.
A resposta do telegrama que
Guilherme Correa da Silva e eu enviamos ao Senhor Zeno Resstel, convidando-lhe
para que aqui transferisse sua residência, inclui nos meus telegramas de valor,
em sinal de Agradecimento as referencias ontem feitas pelo Senhor Medeiros.
Oficio dirigido ao sr. Ministro da
Guerra, não será o que deu origem da construção do atual quartel mas foi uma
das tantas solicitações que o ministério recebeu de Nioaque.
Telegrama de 9 de Dezembro de 1938
Recebido do Comando da 9ª Região
Militar
Prefeito Antônio Flores – Nioaque –
Nº 745 Gpt afim levar bom termo
campanha extermínio bandoleiros vg solicito-vos facilitardes fornecimento
animais montada com respectivos arreamento para tropa 4 B.S. ai destacado poder
exercer rigorosa vigilância essa zona pt.
Saudações
José Pessoa
General Comandante Região
Telegrama de 9 de Janeiro de 1939
Recebido do Chefe S.M.P
Prefeito Antônio Flores – Nioaque –
Nº 22 f pt grato pela comunicação
arrecadação armas guerra podeis continuar recebendo pacificamente ditas armas
providenciando remessa sede região indicando pessoas entregarem mesmas pt
Saudações
Felix Velois
Capitão Chefe S.M.P
Telegrama de 26 de Janeiro de 1939
Recebido do Comando da 9ª Região
Militar
Prefeito Antônio Flores – Nioaque –
Nº 440 oppt agradeço vossa valiosa
colaboração campanha apreensão armas uso exclusivo forças militares pt espero
continueis sem tréguas limpar Vosso Município todo armamento ilegalmente posse
particulares pt
Saudações
José Pessoa
General Comandante da 9ª Região
Militar
Telegrama de 2 de Março de 1939
Recebido do Comando da 9ª Região Militar
Sr. Antonio Flores, D. Prefeito
Municipal de Nioaque
Nº 270 G . pt Deixando Comando 9ª
Região Militar quero apresentar minhas despedidas prezado amigo vg agradecendo
cooperação prestou meu comando vg fazendo melhor votos vossa felicidade pessoal
vg prosperidade esse município pt
Cordiais saudações pt
General José Pessoa
Comandante 9ª Região Militar
Oficio nº 101 (copia)
Dirigida ao Exmo. Snr. Ministro da
Guerra
Telegrama
de 5 de Março de 1938
Antonio
Flores – Nioaque –
Seguirei
breve tratar assunto convite – Zeno Resstel
Fonte:
Livro Ata de Registro das solenidades. associações ou atividades religiosas,
sociais ou desportivas, realizadas dentro da área do Município – 1º de Janeiro
de 1956 – entre as folhas 08 e 21.
PALESTRAS PROFERIDAS
Solenidade Cívicas do Dia 7 de Setembro
de 1956
Salão Nobre da Prefeitura Municipal de
Nioaque
1º
Nedy Cruz – Capitão – Comandante da 2ª Bateria do 9º G.A. 75 Can – tema “Os
nossos heróis da Guerra do Paraguai;”
2º
Hortencio Gomes da Silva – Prefeito Municipal de Nioaque – tema “Nioaque na
Guerra do Paraguai;”
3º
Laci Cruz Moura – Professora – Grupo Escolar “Antônio João” – tema “O Grito do
Ipiranga”
4º
Nelson do Nascimento Castro – Aspirante a oficial do 9º G.A. 75 Can – tema “O
Amor à Pátria”;
5º
Antônio de Oliveira Flores – Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de
Nioaque – Tema “Leitura de documentos no combate aos bandoleiros entre as
Décadas de 1930 e 1940” .
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