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sexta-feira, 7 de abril de 2017

NIOAQUE – MS – BRASIL – 168 ANOS DE FUNDAÇÃO ABORDAGEM 1849-2000

NIOAQUE
MATO GROSSO DO SUL
168 ANOS DE FUNDAÇÃO 8 DE ABRIL 1849 – 8 DE ABRIL 2017






I - BREVE RESUMO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO

1.                 Antecedentes ao Brasil
Os povos de origem europeia chegaram oficialmente ao Continente Americano na região central em 12 de outubro de 1492, através da esquadra comandada pelo navegador Cristóvão Colombo a serviço dos reis espanhóis.
O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa.
A parte Meridional-Leste foi oficialmente tomada posse no dia 22 de abril de 1500,  tendo como comandante da Esquadra Pedro Alvares  Cabral, atendendo interesses do rei e mercadores de Portugal, atualmente o Brasil.
Em 1534 foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes, localizando na região litorânea do Brasil Colônia, de Norte a Sul, do Maranhão à Laguna em Santa Catarina.

2.                 Expedições de Exploradores Espanhóis que percorreram o pelo território mato-grossense e sul-mato-grossense
Chefiada por Aleixo Garcia[1] – 1524. Considerado por  muitos autores sendo o primeiro homem branco que pisou em solo mato-grossense, após a descoberta do Brasil em 1500. Álvarez Nuñez Cabeza de Vacca – 1526. Juan Ayolas – 1537. Juan Garay – 1567. Dom Ruy Diaz de Melgarejo – 1580, às  margens do rio Miranda  fundara um aldeamento indígena, denominado de Santiago de Xerez por volta de 1580.

3.                 União dos Reinos Ibéricos Portugal e Espanha 1580 a 1640
No ano de 1578, com a morte do rei português dom Sebastião e sem deixar um herdeiro imediato em seu lugar. Imediatamente, Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a vaga deixada na nação vizinha. Com isso, observamos o estabelecimento da União Ibérica, que marca a centralização dos governos espanhol e português sob um mesmo governo. Indiretamente este acontecimento favorecerá a Colonia portuguesa do Brasil. O Tratado de limite de Tordesilhas torna-se na prática sem efeito.  Tudo era o Imperio Espanhol. Favorece o fluxo de exploração do interior do Brasil.
A Colônia do Brasil, anexada as demais colônias espanholas, estimula o movimento das Entradas e Bandeiras. Assim que, bandeirantes partindo principalmente da região de São Paulo, realizaram incursões pelo território mato-grossense.

4.                 Alguns nomes de  chefes de Expedições, Bandeirantes portugueses
Nicolau Barreto, Organizou uma bandeira, que em 1602, partindo do  Planalto de Piratininga, com incursões pelo interior do território mato-grossense atinge região Boliviana.
Antônio Raposa Tavares, Em 1648, Antônio Raposa Tavares,  explorou pelo  Ivinhema, campos de Vacarias, o planalto e a serra, a qual denominou de Maracaju.   Chegou aos rios Pardo,  Paraguai,  Guaporé, andou pela Cordilheira dos Andes, Peru e retornou através do  rio Solimões, Amazonas, chegando anos depois a São Paulo, ponto de partida.
Pascoal Moreira Cabral e Antônio Pires de Campos, em 1718, Pires de Campos, passando do rio Paraguai, para o São Lourenço e deste para o Cuiabá, chegou até a barra do rio Coxipó-Mirim.  No retorno, encontrou-se no caminho com a expedição comandada por Pascoal Moreira Cabral.  Juntos decidem explorar a região do  Coxipó.  perceberam que os índios usam colares ornados com pepitas de ouro. observaram que a margem do Rio apresentava uma  superfície crivada de granitos de ouro.  
A notícia da descoberta do ouro  espalhou pela Colônia  e provocou uma corrida de novas expedições e grupos de aventureiros. As viagens  eram  ora por via terrestre, ora por via fluvial, através dos rios das Bacias Hidrográficas do Paraná e do Paraguai.
Surgem as monções.  Em 1719, nasceu o termo Cuyabá  e começa a desenvolver o Arraial, muito embora, Villa Bella   passa a ser escolhida e torna-se a primeira Capital da Capitania de Mato Grosso.

5.                 Criação da Capitania de Mato Grosso
Em 9 de maio de 1748, foi criada pela Coroa portuguesa, A Capitania de Mato Grosso,  desmembrando-se do território da Capitania de São Paulo. Sua capital foi Vila Bela da Santíssima Trindade, de 1752 a 1815.

6.                 O Tratado de Madrid
Em 13 de Janeiro de 1750, foi um tratado firmado na capital espanhola, O Tratado de Madrid espanhola entre os reis João V de Portugal e Fernando VI de Espanha,  para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim, aparente, entre às disputas por terras na fronteira Norte, Oeste e parte Sul do Brasil.

7.                 Alguns redutos populacionais na região sul da Capitania de Mato Grosso até a Proclamação da Independência do Brasil em 1822
Região de Camapuã -  em 1593, jesuítas  espanhóis vindo do Paraguai, estabeleceram à margem do ribeirão Camapuã estabeleceram uma redução  indígena.  Na rota das viagens entre São Paulo à Cuiabá, os irmãos Lemes em 1723, entre os rios Sanguessuga, afluente do Pardo e do Coxim, criaram um sítio de  abastecimento e proteção aos navegantes.
Forte de Coimbra -  em 13 de setembro de 1775 a fundação do Presídio Nova Coimbra, hoje Forte de Coimbra, situada à margem direita do rio Paraguai.

Ladário/Corumbá - Em 21 de setembro de 1778, ocupou-se o lugar inicial para a fundação do Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, na  margem rio Paraguai, local denominado ponta do Ladario.  Á princípio simples posto militar,  e em 26 de agosto de 1835, o povoado foi elevado à categoria de Freguesia. E 1838, a Freguesia foi transformada em Distrito.  Em 1859, o presidente da Província de Mato Grosso,  transfere a sede do Distrito de Albuquerque para o local onde se encontra a cidade de Corumbá.

Presídio de Miranda -  em 16 de julho de 1778,  Leme do Prado lança os alicerces do Presídio, com a denominação de Nossa Senhora do Carmo do rio Mondego[2], por determinação do Capitão-General das Capitanias de Mato Grosso e Cuiabá, Caetano Pinto de Miranda Montenegro.  Em 30 de maio de 1857  o povoado de Miranda é elevado a categoria de Vila com a denominação de Miranda.
           
Nioaque surgirá 1849 então como parte integrante do território do município de Miranda.
8.                 A Proclamação da Independência do Brasil

Em 7 de  setembro de 1822, o Príncipe  Regente do Brasil proclama a independência  política do Brasil de Portugal[3]. Com a Independência e a Proclamação da Constituição de 1824, o Brasil adotava novas nomenclaturas para a sua constituição político-administrativo, Império do Brasil; Províncias ao invés de Capitanias; Presidente ao invés de Capitão-General.


O primeiro Presidente da Província de Mato Grosso nomeado foi o Tenente Coronel José Saturnino da Costa Pereira, investido na função no dia 10 de setembro de 1825.

9.                 A Proclamação da República Brasileira


Em 15 de Novembro de 1889, com a Proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil[4] a Província de Mato Grosso passa a denominar-se de Estado, e o executivo  provincial de presidente  passa a chamar-se de Governador. 
Nesta  época, Nioaque, ainda  Distrito (Freguesia) do Município de Miranda era sede do 7º Regimento de Cavalaria Ligeira e participa com um manifesto de apoio a causa da República.

10.             A Criação do Território Federal de Ponta Porã
Em 13 de setembro de 1943, então presidente do Brasil Getulio Vargas, houve por bem criar cinco territórios federais, sendo dois em território mato-grossense, o de Ponta Porá e o de Guaporé[5].  O Território de Ponta Porá passou a ser constituído pelos Municípios e distritos: Nioaque, Dourados, Miranda, Maracaju, Porto Murtinho, Bela Vista e Ponta Porã, a Capital.
Como governador do Território Federal de Ponta Porã foi nomeado o  Coronel Ramiro Noronha. Extinto em 1946.

11.             Criação do Estado de Mato Grosso do Sul


O Presidente da República do Brasil, General Ernesto Geisel, sancionar a Lei Complementar nº 31 de 11 de outubro de 1977, Dividindo o Estado de Mato Grosso e criando o Estado de Mato Grosso do Sul.
O nome escolhido para Governador foi o do engenheiro Harry Amorim Costa.
A instalação oficial do governo teve lugar às dezessete horas do dia primeiro de janeiro de 1979, no teatro Glauce Rocha, na Capital.   Na ocasião esteve agregado por 55 municípios entre eles Nioaque, na ordem geral, o quarto mais antigo na sua emancipação

           
II – ESBOÇO HISTÓRICO DE NIOAQUE 1849 – 1900

1.                 Etimologias,   Evolução Da Palavra Nioaque e nomes atribuídas a povoação
A palavra Nioaque é de origem indígena derivada das palavras graficamente escritas:  ANHUAC, ANHOAC, ANIUAC, NIOAC, NIOAQUE que significa na concepção das termologias  científicas:  “Clavícula Quebrada”  e procede da denominação primitivamente dada ao Rio, do qual originou o nome da Cidade, hoje Município.
Com a denominação  NIOAC, esta forma gráfica está  registrada pela primeira vez em Relatórios[6], manuscritos de 1848/49, “... dahi caminharão por terra até o Nioac, galho de Miranda...”   
A denominação Povoado de Nioac está registra nos fatos e documentos históricos em três épocas diferentes:
Primeira, antes da invasão Guarani, na Guerra que a Tríplice Aliança sustentara contra a República do Paraguai, a  partir dos anos de 1849 até 24 de maio de 1877, Lei nº 506.
Segunda, entre 7 de julho de 1883 a 18 de julho de 1890, Lei nº 612,  até a  criação do Município de Levergéria (Nioaque), Decreto nº 23.
Terceira, a partir de 26 de outubro de 1892, em razão da lei nº 13, até aproximadamente o ano de 1938, quando sofre reforma ortográfica.
A Grafia NIOAQUE, passou a ser adotada oficialmente  conforme Formulário Ortográfico  aprovado em 12 de agosto de 1943, é um conjunto de instruções estabelecido pela Academia Brasileira de Letras, onde as Consoantes mudas: extinção completa de quaisquer consoantes que não se proferissem, ressalvadas as palavras que tivessem variantes com letras pronunciadas ou não. NioaC, substituição da consoante “C” para o dígrafo “QUE”.
Vale lembrar, que as alterações gráficas, iniciamente atrabuidas ao Rio  e incorporadas ao nome da Povoação, cidade, município também eram automaticamente incorporados a denominação do Rio.
Exceto:
No entanto, nem sempre a Povoação, Distrito, Município fora denominada de Nioac ou Nioaque.
Em 8 de Abril de 1849, marco oficial da fundação do Porto, na foz dos Rios Urumbeva no Nioaque recebera a denominação de São João de Antonia. O Nome não fixou porconta
A partir de 1850, 1856, com a fixação das primeiras casa nas proximidades da atual Escola Odete Ignez Resstel Vilas Boas as denominações para o povoado ocilaram entre Santa Rita de Leverger; Santa Rita do Urumbeva; Santa Rita do Anhuac; Santa Rita de Nioac, ou anhoac. Por conta do nome do Rio Nioac e sua importância fluvial, o novo povoado e destacamento militar ficará identificada pela denominação Nioac.
Levergéria – Transcorrido a primeira fase da fixação da Povoação, advindo a Invasão Paraguaia de 1864-1870, reconstruída novamente, em 1877 é elevada a Distrito (Freguesia) de  Miranda, recebendo nova denominação: Em 24 de maio de 1877, através dos Decretos Provinciais nº. 5 e 506, assinado pelo então Presidente da Província de Mato Grosso Hermes Ernesto da Fonseca foi criado o Distrito de Nioaque. Nesta ocasião recebeu a denominação de Levergeria.
Mais uma vez, por razões históricas e ao Rio Nioac, a denominação não durou muitos aos. No entanto, no ano de 1883, através da Lei[7] n.º 612, assinada pelo Barão de Batovy altera o nome da Freguesia de “Levergeria” e lhe devolve o nome original, “Nioac”.
Novamente Levergeria - Decreto n.º 23, de 18 de julho de 1890,  que concedeu a Nioac o título de “Município” e a cidade a categoria de Vila e altera novamente a denominação de “Nioac” para “Levergeria”, em homenagem  ao Barão de Melgaço – Augusto Leverger.
Novamente Nioac - No ano de 1892, 26 de outubro, através da Lei Estadual n.º 13, o Doutor Manoel José Murtinho, Presidente do Estado de Mato Grosso, devolve a denominação primitiva à cidade de Nioaque: de “Levergeria para Nioac”.
Enfim Nioaque ao Rio, Cidade e Município – A partir de 1940 os registros oficiais incorporam a grafia Nioaque, permanecendo até hoje.

2.                 Cronologia do Século XIX

Entre os anos de 1845 começou a ser povoada a região compreendia pelos rios Urumbeva e Nioac por membros da família Barbosa, entre outros Antônio e Inácio Gonçalves Barbosa.
Em 8 de abril de 1849, Joaquim Francisco Lopes, a serviço de empreendimentos do Senador do Império do Brasil, Barão de Antonina, balizou na confluência entre os rios Urumbeva e Nioaque a fundação do Porto que  dava acesso a Vila de Miranda via fluvial, já que o Rio Nioaque é afluente do Rio Miranda. Marco oficial da Fundação da Cidade. É a implantação do “Varadouro”, um percurso por terra entre o alto da Serra de Maracaju, no  rio Brilhante, afluente da Bacia do Rio Paraná e no baixo da Serra de Maracaju, no Rio Nioac, afluente da Bacia do rio Paraguai, cujo relatório fora publicado Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, vol 13 – 1850 – paginas 315 a 335, titulo: “Itinerário de Joaquim Francisco Lopes Encarregado de explorar a melhor via de comunicação entre a Província de São Paulo e a de Mato Grosso, pelo Baixo Paraguai, em 1848.
Em 1859 é transferido da Vila de Miranda o Destacamento do Corpo de Cavalaria, é o primeiro quartel Oficial.
De Janeiro de 1865 a janeiro 1867 esteve sobre o domínio do Exército da República do Paraguai. Sendo incendiada e destruída, exceto a pequena igreja de Santa Rita e três casas de palhoças.
De 2 de janeiro de 1865 a 13 de janeiro de 1867 a povoação de Nioaque, bem como o seu território esteve sob o domínio do Paraguai, o qual havia estabelecido toda a sua base militar e controle administrativo.
De janeiro a junho de 1867 fora ocupada pelas Forças Expedicionárias em Operações que atuaram no Sul da então Província de Mato Grosso e que chegaram e Retornaram da Invernada da Laguna, na República do Paraguai. Sendo Nioaque a base de controle das Operações sob o comando do Coronel Carlos de Moraes Camisão.
Em 3 de Junho de 1867, a povoação e o Acampamento Militar fora novamente ocupada pelo Exército Paraguaio e destruída, exceto a Igreja.
Ainda no dia 4 o conhecido épico da chegada das Tropas brasileiras sobreviventes que havia se Retirado da Invernada da Laguna, Paraguai, depois de ter conquista e feito o exército Paraguai recuar ao seu Território. Este dia ocorreu o incidente com a explosão dentro da nave da igreja, onde morrem diversos militares e outros ficaram feridos pelas queimaduras. Havia muita pólvora armazenada e espalhada pelo chão da igreja.
Em 5 de Junho, as Forças Expedicionárias, abandonam Nioac e marcha para Canuto, Margem do Rio Aquidauana, considerado o fim da Marcha da Retirada da Laguna.
No período de junho de  1867 a maio de 1870 o povoado, ruinas de Nioac manteve-se monitorado por algumas patrulhas de Cavalaria Paraguaia e visitada apenas por alguns grupos de índios e moradores refugiados que acompanhavam o desenrolar da Guerra pelo Sul e em território da República do Paraguai.
Em 1º de março de 1870 é sinalizado o final da Guerra do Paraguai e a Tríplice Aliança.
Com a demarcação dos limites entre o Império do Brasil e a República do Paraguai pela comissão mista brasileiros e paraguaios sob o comando do Coronel  Rufino Galvão 1872 permite a retomada do povoamento na região e a reconstrução novamente do Povoado de Nioac e repovoamento da região.
No período de Guerra, 1865-1870, quase tudo se perdeu ou extraviou ou morreu. Foi preciso recomeçar.
Em 1877 o Povoado foi elevado a categoria administrativa de Freguesia ou seja Distrito, no território do Município de Miranda.
Assinala assim um desenvolvimento rápido e caracteriza como a principal Povoação nesta  região Sul do Mato Grosso. Importância Militar, Política, Econômica, Religiosa em uma vasta área. A pecuária e exploração da Erva-mate, agricultura de subsistência era a base econômica.
Em 13 de maio de 1888 é oficializado e extinção do regime escravocrata negro no Brasil. Em Nioaque era significativa a presença de afrodescendentes no sistema servil escravagista como atestam os documentos nos livros do Cartório local e na Paroquia de Santa Rita.

3.                 A criação do Município
19 de novembro de 1889 é a proclamação da forma de Governo Republicana e extinção da Monarquia. As autoridades e militares do 7º Regimento de Cavalaria Ligeira assinam, um manivesto de apoio a causa republicana bem como a nomeação do General Antnio Maria Coelho como primeiro Governador do Estado de Mato Grosso.
18 de julho de 1890, Decreto Estadual nº 23, Cria o Município de Nioac, com a Denominação moderna de Levergéria, desmembrado do Território de Miranda, passando a ser uma das maiores áreas territoriais do Sul do Estado, indo da fronteira com o Paraguai, no Oeste e Sul até o Rio Paraná no Leste divisas com os Estados do Paraná e São Paulo.
Com a criação do Município adquirir por uma década a hegemonia econômica, política e Militar de todo o Sul do Mato Grosso.  Pois além de sede do comando Militar, também adquire o controle do Poder Judiciário e belíssimas casas Comerciais.
Os cinco membros nomeados e indicados por meio do oficio n.º 442 de 21 de Julho de 1890 para organizar e instalar a nova Intendência Municipal foram os seguintes cidadãos:
•          Tenente Coronel Zozimo Francisco Gonçalves;
•          Alferes Luiz José Pinto de Figueiredo;
•          Coronel João da Silva Barbosa;
•          José Lemes da Silva;
•          Major Francisco David de Medeiros.

A denominação Intendência é a mesma de Paço ou Prefeitura Municipal e Intendente e o mesmo de Prefeito.
No dia 14 de Novembro de 1890, procedeu a eleição do primeiro Presidente e vice-presidente do Conselho de Intendência Municipal do Município de Nioac, Levergeria.
Entre os cinco membros indicados, foi eleito Presidente o Tenente Coronel Zozimo Francisco Gonçalves e Vice-Presidente o Alferes Luiz José Pinto de Figueiredo.

4.                 Denominando as Primeiras Ruas dos tempos Republicanos
No dia 6 de Abril de 1891 o Conselho da Intendencia Municipal escolheu os nomes das oito principais ruas da “Villa de Levergeria”, sendo elas:
•          Coronel Dias – José Antonio Dias da Silva;
•          Coronel Diogo -  José Diogo dos Reis
•          General Lucas – Manoel Lucas de Souza;
•          General Antonio Maria Coêlho;
•          Coronel Barbosa – João da Silva Barbosa;
•          1.º de Março;
•          25 de Fevereiro;
•          15 de Novembro.

Em 26 de outubro de 1892 passa a denominar-se novamente de “Nioac” e não mais Levergeria.

5.                 Conflitos
No ano de 1892, encerrou em “Nioac” em dos maiores movimentos armado político, comandados entre Militares e  Civis; onde houve a participação do Comandante do 7º Regimento de Cavalaria Ligeira, Coronel João da Silva Barbosa e das Forças Patrióticas comandadas pelo Coronel[8]  João Ferreira Mascarenhas.
O conflito envolveu partidários do Partido Republicano, chefiado pelo Generoso Ponce e o Nacional pelo General Antonio Maria Coêlho.
As Forças Patrióticas foram vencedoras: No Sul  de Mato Grosso, comandadas por Mascarenhas e no Norte, por Ponce.

6.                 A primeira Comarca instalação do poder Judiciário
No concurso político, os poderes Constitucionais se completaram no ano de 1894, através da resolução do Presidente do Estado de Mato Grosso, Dr. Manoel José Murtinho, n.º 77 de 13 de Julho, que criou a primeira Comarca de Nioaque, desmembrando da Comarca do Município de Miranda.

7.                 A Voz do Sul, o primeiro Jornal
No mandato do primeiro Intendente, João Luiz da Fonseca e Moraes, progressista e administrador de visão – por sinal, foi ele quem mais lutou pelos interesses do Sul, como executivo Municipal - apoiando sem duvida pelo incansável defensor desta terra  o Cel. João Ferreira Mascarenhas “Jango Mascarenhas”, e  também um grande líder político, pois exerceu legislatura de Presidente do Conselho da Intendência Municipal, Chefe das Forças Patrióticas do Sul, na luta contra a tirania iniciada pelo Coronel João da Silva Barbosa, Comandante do 7º Regimento de Cavalaria, vereador, Juiz de Paz, Deputado Estadual e 2º Vice Presidente do Estado de Mato Grosso e pelo Dr. Cláudio Gomes da Silva, advogado e vereador eleito em 1893, foi quem montou em Nioaque uma tipografia e nela era impresso o  grito do Sul – o Jornal “A VOZ DO SUL”.
            Nascia no ano de 1894, quinto da República do Brasil e quarto da criação do Município de Nioaque, então  desmembrada de Miranda, foi montado em Nioaque sua primeira imprensa tipográfica e a publicação do seu primeiro jornal: “A VOZ DO SUL”.
A Filosofia dos idealizadores:
“... Somos alheios a toda  e qualquer seita religiosa, mas convencidos apesar das diversidades  das partes doutrinárias, de que todas as religiões partem do mesmo princípio, que a moral  voluntária, apresentamo-nos como secretários deste alto princípio social, sendo a nossa divisa, a divisa do desinteresse: para a sociedade, pela sociedade.
            Republicamos de princípios, para nós a República é a chave que coroa a abóbada desse grande edifício de conquistas político-sociais.
Que a República é o único Governo que pode fazer a felicidade do povo brasileiro. Eis as nossas convicções.
            Trabalhar pelo engrandecimento da Pátria mato-grossense em todo terreno; defender os interesses estaduais, nas questões dos interesses  gerais batermo-nos pelos interesses do Sul,   em todas as questões em que for desenvolvido. Eis o nosso programa”!
 Sua duração foi de curta existência. Sendo em 1896, empastelado a respectiva oficina e o material utilizado para a impressão atirado nas águas do rio Nioaque. Atentado a Imprensa.
            O Autor desse feito selvagem recebeu o cognome de “ONÇA PRETA”, que quer dizer: “Traiçoeira”.

8.                 Educação
No período em que se sucedeu entre 1850 a 1883, não se possuem registros da existência  de Escola Pública na Freguesia de Nioaque, uma das posições que se detém  sobre a educação escolar, é que estava aos cuidados das famílias. Pagava-se um professor e este era incumbido de oferecer os rendimentos da aprendizagem da linguagem escrita, da leitura e da aritmética, informações estas que não apresentam as finalidades de aprovação ou  reprovação do aluno.
O primeiro registro sobre a criação de Escola Pública é do ano de 1883, no Artigo 2.º da Lei Provincial[9] n.º 612 de 7 de Junho, assinada pelo Barão de Batovy, Presidente e Comandante das Armas da Província de Mato Grosso, eis na íntegra
“Artigo 2.º - Fica creado uma cadeira de instrucção primaria para ambos os sexos  na mesma freguesia (Nioac);

Artigo 3.º - O professor nomeado para reger a mesma cadeira perceberá o ordenado anual de 600$000 (seiscentos mil réis) e a gratificação de 200$000 (duzentos mil réis) , revogando as disposições em contrario.”
As informações sobre as primeiras escolas criadas pela Intendência Municipal estão contidas no orçamento[10] de 1893, na Resolução n.º 2, do Capítulo 4. O que é interessante ressaltar, que estas cinco escolas destinaram somente para atender os alunos do sexo masculino, conforme se verá abaixo[11]:
“Fica creado neste Municipio cinco escolas do sexo masculino,  sendo uma nesta Villa, uma na freguesia de Santo Antonio de Campo Grande, uma no Distrito de Bella Vista, uma  nos Districtos  de Dourados e Ponta Poran e outra no Districto de Vacaria.

A preocupação com a cultura, também se fez manifestar no ano de 1897,  com a criação do primeiro “Gabinete de Leitura” – Biblioteca, era organizado por uma associação filantrópica e que tinha o objetivo de proporcionar a criação de um local que oferecesse apoio à cultura e promovesse o desenvolvimento de cidadão intelectual.

9.                 População

O primeiro recenseamento  realizado no Município de Nioaque é do início do ano de 1891 e que o número de habitantes era de 2.928, espalhados entre todos os espaços do território do Município[12].
            De acordo com a revisão do alistamento eleitoral, realizado em Nioaque, concluído em Junho de 1893, continha 833 eleitores. Se nós fizermos uma estimativa de que cada um dos  eleitores, que por sua vez são maiores de 21 anos e do sexo masculino, equivalem a 10 habitantes considerando que as famílias eram numerosas, temos uma estimativa de 8.330 habitantes no Município de Nioaque, no ano de 1894; incluindo o Distrito de Santo Antonio de  Campo Grande e os povoados de  Bela Vista, Ponta Porã, Vacaria, Dourados.
Sabe-se que na sede, moravam apenas comerciantes, funcionários públicos, alguns empregados e algumas poucas famílias, é claro não se pode esquecer dos militares, cujo efetivo não excedia a setenta e cinco, o número este não deveria exceder a 500 habitantes, uma vez que as concentrações populacionais desta época, estavam na Zona Rural, espalhados entre inúmeras fazendas  existentes na região.

10.             Algumas bases Econômicas
10.1.                   Período antes da Guerra – 1849-1865
As atividades que caracterizaram a vida econômica do povoado de “Nioac” neste período que se registra da sua fundação até o final da Guerra do Paraguai, foram essencialmente primárias.
            A população urbana não excedia a 200 habitantes.
            As vias de comunicação eram extremamente precárias; estradas abertas a machado através dos cerrados, onde trafegavam carretas, tropeiros e cavaleiros.
            Havia algumas poucas estradas que interligavam com Nioaque, além do mais, os núcleos populacionais na região restringiam a guarnições militares.  Havia também a navegação fluvial através dos rios Nioaque, Miranda, Paraguai, Brilhante, Ivinhema, Paraná.
A atividade terciária, prestação de serviços e assistência, estava diretamente ligada ao apoio dos militares do Corpo de Cavalaria, saúde e segurança, a religiosa vinha de Miranda.
            O comércio tinha quatro vias: uma que entrava por Concepción pelo Paraguai; a outra por Miranda, via fluvial: rios Paraguai, Cuiabá, São Lourenço, Miranda – Assunción, Corumbá, Miranda, Cuiabá e uma terceira, precedente de São Paulo e Minas Gerais, entrada através de Santana do Paranaíba e uma quarta, a primeira rota, a do varadouro que interligava Nioac aos afluente do Paraná, tendo a Serra de Maracaju como divisor, o qual era percorrido à pé, cavalo e carretas.  Esta rota foi muito importante até fins da Guerra.
Já nas atividades secundárias, as indústrias eram artesanais, produtos fabricados em casa e manualmente: madeiras,  tijolos de adobe[13], alambiques de fabrica de aguardente, engenho de açúcar, monjolos, ferrarias e alimentícias.
            As atividades primárias, a fonte de toda a base da economia, tinha na pecuária, criação de gado vacum e cavalar  sua principal riqueza.
            Os animais eram criados praticamente soltos e usavam as pastagens in natura, processo chamado pecuária extensiva[14].
            Embora o gado pouco valesse, a comercialização constituía-se  na venda do animal em pé e do couro, que era para o sul do país – Brasil e Argentina.
            Também se fazia uso do gado vacum como força de tração para puxar as carretas. Uma junta de bois amansada, treinada para as carretas possuía um valor acima dos outros animais comuns destinados apenas para o abate.
            Com relação à agricultura, sua produção era de subsistência  e destinava-se ao consumo local do Povoado e do próprio produtor, usado no sustento das famílias e empregados da própria fazenda.
            As propriedades constituíam-se de latifúndios, denominadas de fazendas, onde se praticava a agricultura: cana-de-açúcar, arroz, mandioca, milho, abóbora, melancias, bananas ananases, frutos cítricos e a criação de animais: bovinos, suínos, ovinos, equinos e aves.
            As transações comerciais na maioria  seguiam o processo “in natura”, ou seja, trocava-se um produto pelo outro; por exemplo: cavalos por sal, gado bovino por erva-mate.
    Dinheiro muito pouco existia, a circulação constituía nas moedas de ouro, prata, cobre, patacões, real, reais, réis do Brasil e libra esterlinas, moeda inglesa.
            Os mercadores ou mascateiros ambulantes traziam nas carretas ou no lombo das tropas de cavalos ou muares as mercadorias que eram escassas neste interior: sal, tecidos, ferragens, armas e trocavam por gado, couros, crinas, aguardente, cavalos.

10.2.                   Atividades Econômicas – 1871 – 1900
Este período assinalado com trinta anos, foi marcado e influenciado por inúmeras consequências provenientes do conflito.
A Guerra extinguiu o desenvolvimento das Colônias Militar de Miranda e Dourado, porém, possibilitou o surgimento de novas cidades: Bela Vista, Ponta Porã, Rio Brilhante, Campo Grande, Aquidauana e o progresso das existentes: Corumbá, Miranda, Nioaque, Paranaíba.
As atividades terciárias foram as de maior fomento econômico neste período, tendo o setor comercial, o principal destaque, com a construção de casas comerciais[15], comércio de importação e exportação dos produtos regionais, posto de compra e venda.
Nioaque era abastecido por inúmeras carretas que provinham através de Concepción, Argentina, Rio grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais. Corumbá tornou-se o Porto mais importante do Sul de Mato Grosso, funcionando como um entreposto comercial de distribuição dos produtos importados e exportados de outras regiões e do interior, através da navegação fluvial, dos rios da Bacia do Prata e Paraguai e que por sua vez os afluentes: Miranda e Aquidauana . A navegação pelo Nioaque permitia tão somente pequenas embarcações e somente em algumas épocas do ano. Fazia-se uso das carretas e tropas de animais cavalares ou muares.
Nioaque era um ponto terrestre intermediário de comercialização e distribuição de produtos. Aqui vinham os fazendeiros da região para se  abastecerem e algum de pontos distantes: Campo Grande, Bela Vista, Ponta Porã, Vacaria.
Outras atividades comerciais estabelecidas com expressão local: açougues, farmácias ou drogarias, lojas de vendas de joias, ouro, pratarias, barbearias, tipografia, casa de biliar ou outros jogos permitidos, casa de pasto[16].
 As atividades de serviços e assistência: médica, educação, segurança, religiosa, jurídica; eram oferecidas pelos militares do exército, professores, funcionários da Intendência e da Câmara Municipal, Juízes, advogados e demais funcionários do fórum, cartorários, policiais, fiscais de renda.
            Quanto ao setor secundário, a atividade industrial, teve: oficina de sapateiros, marcenarias, carpintarias,  funilarias, ourives, alfaiates, padarias, olarias, máquinas para serrar madeira, curtumes de couro, carvão vegetal, pedra de cal, fécula de mandioca.
            O fabrico da erva-mate pode ser considerado como a principal atividade econômica no Município do setor e desse período.
            Na região de Nioaque[17], propriamente dita, não havia ervais nativos, concentravam-se na fronteira com  o Paraguai: Ponta Porã, Bela Vista, Cabeceira do Apa, Itaum, Vacaria, Amambai, Antônio João, Vista Alegre.

10.3.                   Criação da Coletoria de Nioaque[18]
            “Collectoria das Rendas do Estado
            Acto nº 57 de 15 de outubro de 1891, da Assembléa Legislativa, cria na Villa de Levergeria, por proposta do Inspector do Thesouro, uma collectoria das Rendas do Estado”.

11.             Desmembramento do Município de Campo Grande.
Na verdade, os chefes administrativos do Município, não possuíam recursos para percorrer o vasto Município, as viagens eram percorridas a cavalos, demorando semanas; as fazendas distantes inviabilizavam os contatos administrativos. Diante disso, restringia as atividades públicas somente a Vila de Nioaque.
      Cada Distrito fora aos poucos organizando sua própria infraestrutura, em face de distancias que os separava da sede,  Nioaque; não restou opções administrativas se não começar a dividir o Município em novos centros político-administrativos.
Era preciso dividir o Município de Nioaque para que o Sul de Mato Grosso pudesse crescer e multiplicar-se. Foi preciso ceder o seu espaço para que os povos unidos proporcionassem o que de  mais importante o Sul possuía: riquezas naturais, solos para a agricultura e campos para a pecuária.
Santo Antonio de Campo Grande foi o primeiro Distrito a dar o seu passo de emancipação nas vésperas da virada do século XIX.
Em 1878, José Antonio  Pereira[19] veio a Nioaque para acertar com o Padre Julião Urquia, para celebrar a primeira missa, os primeiros batizados, casamentos na inauguração da igreja construída em 1877, feita de  pau-a-pique, com telhas de Camapoã – Capela Santo Antonio de Pádua.
Em 1894, José Antonio Pereira esteve em Nioaque registrando uma das suas  posses de terras localizadas em Campo Grande.
Em 23 de Novembro de 1889,   Lei 792, foi elevada a categoria de Freguesia de Santo Antonio de Campo Grande, na ocasião parte do Município de Miranda.
A Partir de 18 de Julho de 1890, passou a constituir-se no primeiro Distrito de Nioaque.
No ano de 1899, Resolução 225 de 26 de Agosto foi elevada a categoria de Vila, criando-se assim o Município de Campo Grande, num território de mais de 105 mil quilômetros quadrados, desmembrado do Município de Nioaque.
Com o desmembramento de Campo Grande, esta cidade passa a ser o centro econômico, desviando para lá todas as atenções, onde os fazendeiros da região que efetuavam as suas compras em Nioaque, agora buscam Campo Grande, não apenas pelo dinamismo, mas pelas facilidades de acesso, não precisava transpor o Planalto da Serra de Maracaju.
Pelo Leste, Campo Grande, passou a ser a cidade polo.
Nioaque continua apenas com a guarda principal da fronteira do Brasil com o Paraguai, região de: Vacaria, Maracaju, Ponta Porã e Bela Vista.

12.             A  Criação dos Distritos de Bela Vista e Ponta Porã
De acordo com a Resolução  n.º 255 de 10 de Abril de 1900, assinada pelo Presidente do Estado de Mato Grosso, Coronel João Paes de Barros, foram criados os Distritos de Paz de Bela Vista e Ponta Porã e as respectivas Paróquias, no Município de Nioaque.
Era o primeiro passo para a emancipação das localidades da fronteira com o Paraguai.

13.             Esboço Da Presença Militar Em Nioaque  1849 - 2000
A História da presença Militar em Nioaque está ligada ao próprio povoamento, ou seja, o povoado de Nioaque, hoje cidade e cabeça de Comarca que somente foi possível, graças a presença permanente de elementos militares.
Através das Unidades Militares que aqui sempre estiveram proporcionaram entre outras influências: garantia da fronteira com o Paraguai, segurança contra os ataques indígenas,  proteção contra bandidos e congêneres, apoio ao povoamento, comércio, sem contar as atividades sociais, políticas, saúde, religiosas e  culturais.
1850 – Foi Criada a Colônia Militar de Nioac, o que na verdade não chegou a ser implementada.
1856 - Através da rota fluvial Paraná/Mato Grosso, via Brilhante Nioaque, viajaram o Comandante das Armas da Província de mato Grosso e o 2º Batalhão da Artilharia a Pé, que em 1856, chegaram em Nioaque.
1859, condenado pelas comissões de engenheiros que lhe arguiram o diminuto valor estratégico, transferiu o quartel e o comando militar da Vila de Miranda para o povoado de Nioac.
É com a chegada do 1º Corpo de Cavalaria, em 1859 que traz o impulso para o desenvolvimento, sua participação  durante a Guerra do Paraguai; posterior à Guerra, sua participação para o renascimento do povoado de Nioaque, transformado mais tarde em  7º Regimento de Cavalaria, seu apogeu em Nioaque e sua  transferência para Bela Vista.
No dia 28 de Novembro de 1859, chegou em Nioaque 1º Corpo de Cavalaria, oriundo de Cuiabá, Miranda.
Com o advento da invasão Paraguai, apresentaram resistência na região dos rios Feio, Santo Antônio, Desbarrancado, atual Município de Guia Lopes da Laguna, retirando se para Miranda e depois refugiando-se ao Norte.
Em 1867 incorpora às Forças em Operação no Sul de Mato Grosso ao comando do Coronel Camisão.
Após a participação na invasão do Paraguai e a Retirada da Invernada Laguna como Corpo de Caçadores a Cavalo, embora estivessem à pé por fata de cavalhada, retorna para Cuiabá com as Forças Expedicionárias.
Em virtude da Ordem do nº 20 de 09 de Abril de 1870, a 18 de Junho embarcou para Vila de Miranda, desembarcando a 06 de Julho, seguindo depois para Nioaque.
 A 1º de Fevereiro de 1871, o Boletim Regimental nº 01 do Primeiro Corpo de Cavalaria, ainda com sede em Nioaque, publicou o Decreto nº 4.572 de 12 de Agosto de 1870, que aprovando o Plano de Organização do Exército, após a Guerra do Paraguai, dava essa denominação ao antigo e agora extinta o Primeiro Corpo de Caçadores a Cavalo.
Nasce o 7º Regimento de Cavalaria Ligeira, Nioaque, 1889                                                                                           
Recebeu  o Coronel Manoel Lucas de Souza, o ofício nº 599 de 11 de Abril de 1889, do Comandante das Armas da Província de Mato Grosso, versando sobre o Decreto referido no ano anterior.
Em consequência mandou encerrar a escrituração do extinto “Primeiro Corpo de Cavalaria” e abrir uma nova para o “Sétimo Regimento de Cavalaria Ligeira”. As quatro Companhias foram respectivamente formadoras dos quatro esquadrões de Cavalaria, não havendo alteração na remuneração das praças.
Depois de mais de seis décadas, agora deixará Nioaque a Unidade Militar que acompanhou todo o desenvolvimento de Nioaque, desde suas primícias até sua maior idade.
Nos primeiros dias do mês de Março do ano de 1903, 0 7º Regimento de Cavalaria Ligeira deixou Nioaque, marchando para Vila de Miranda, sua nova e provisória sede.
Em 26 de Agosto de 1905, o Regimento deslocou novamente de Miranda para Nioaque.
No dia 28 de Novembro de 1906, recebeu o Tenente Coronel João Inácio Alves Teixeira, a seguinte ordem telegráfica. “Deveis estar pronto seguir vosso Regimento para Bela Vista”.
“Coronel Pedro Paulo Comandante do 7º Distrito Militar”.
Sua nova sede, Bela Vista, 10 de Dezembro de 1906.
Hoje possui denominação Moderna de 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada permanece ainda em Bela Vista.
No ano de 1910, nas antigas instalações do 7º RC, é instalado 15º Batalhão de Regimento de Infantaria ou simplesmente Regimento de Infantaria. Permanecendo até 1917, sendo transferido para o interior paulista, Lorena.
A chegada da Artilharia - No dia 1º de Setembro de 1955, cumprindo o Projeto Aprovado a 19 de Abril de 1943, o primeiro efetivo de base se instalava em Nioaque, tornando-se o núcleo da atual unidade. Compunha tal efetivo, quatro oficiais e noventa e duas praças, da 2º Bateria de Canhões. 9º Grupo de Artilharia a Cavalo 75 ( 9º GA Cav 75)
Em 19 de Novembro de 1957,  instala-se o Grupo com todo o seu efetivo, em Nioaque, concluindo definitivamente a mudança da sua sede.
6 de Junho de 1958, motorizou-se a  Unidade , passando-se a chamar-se 9º Grupo de Canhões 75 Auto Rebocados.
29 de Janeiro de 1975, mudou a denominação para 9º Grupo de Artilharia de Campanha, (9º GAC). Os canhões Krupp 75 cederam lugar aos Obuseiros 105 mm, aumentando o poder de fogo.
Em 1980 o 9º GAC passou a ser orgânico da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada - Brigada Guaicurus, sediada em Dourados, criada em virtude da extinção da 4ª Divisão de Cavalaria.
No ano de 2003, uma comissão de oficiais do 9º GAC realizou um estudo visando propor um nome histórico e estandarte para a unidade. Denominação histórica "Grupo Major Cantuária". Escreveu o Major José Thomaz Gonçalves em 12 de junho 1867, no final da Retirada da Laguna “Sr. Major de Comissão Bel. João Thomaz de Cantuaria pela sua placidez, energia e tenacidade em dirigir fogo certeiro e constante com as quatro bocas de fogo do Corpo de Artilharia que comandava”.

As influências foram inegáveis, no entanto, as contribuições são incontestáveis.
Percebe-se assim, que escrever as influências militares sobre a vida de Nioaque nos século XIX e XX, historicamente é impossível enumerar todas. Por meio  das correspondências, depoimentos, narrações que se encontram inclusas algumas entre os Capítulos deste Trabalho, registramos as mais significativas:

¨       Origem da cidade;
¨       No povoamento;
¨       Na justiça, lei, ordem, segurança, guarnição, repressão;
¨       Guerra do Paraguai;
¨       Nas atividades da vida sociais, religiosas e culturais;
¨       Nas atividades políticas e econômicas;
¨       No caminho da consolidação Republicana;
¨       Na emancipação política e consolidação do Poder Judiciário;
¨      No auxilio a saúde;
¨      Denominação das Ruas;
¨       Nas atividades educacionais;
¨      Até nos casamentos.  Quantas senhoritas nioaquenses tornaram-se esposas de militares que aqui vinham prestar serviço militar.

Em resumo, Nioaque nasceu e cresceu durante este século XIX sempre influenciado pelas decisões, presença dos militares das Unidades aqui aquarteladas.


14.             Final do Século XIX, O Princípio da Decadência, isolamento e perca de vitalidade
Nioaque atingiu o seu apogeu no ano de 1899. Face às divergências política que procederam na sucessão seguinte, colocou os Distritos na Vanguarda, possuindo o desenvolvimento econômico e o incremento da sua população, enquanto que a Vila de Nioac, mantinha-se alimentada pela aristocracia conservadora, que se mantinha na luta pelo poder, mas que não possuíam  visões administrativas e não souberam conquistar aquilo que o Município mais necessitava: fontes geradoras de recursos que alimentasse as atividades sociais e econômicas.
Os Distritos bem souberam explorar as suas riquezas, agrícolas e pastoris,  focos de migrações, conquistando aos poucos a emancipação política.
Finalmente estamos chegando ao final do Século XIX, retratando a evolução Histórica de Nioaque, marcada por profundas alterações  no quadro político e territoriais e por um esvaziamento da população e pela perca de prestigio e da hegemonia política, militar e comercial. É o prelúdio de um período de decadência que acontecerá no século XX, depois em menos de quatro décadas 1870 - 1910 de posição firme no cenário Estadual Mato-grossense.



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III – ESBOÇO HISTÓRICO DE NIOAQUE 1901 – 2000

O início do Século XX o município de Nioac inicia com uma redução cerca de 60% da sua área territorial. Mesmo assim continua vastíssimo abrangendo toda a extensão dos limites da fronteira com o Paraguai desde o Apa aos Extremo Sul. Continua como sede do 7ª Regimento de Cavalaria. Mantem na pecuária bovina e na exploração da Erva mate e atividades comerciais e serviço público os principais setores que movimentam a economia.
®               De 1º de Janeiro de 1901 até o dia 27 de Fevereiro de 1937, por razões de desleixo nos arquivos público, foram destruídos todos os livros ou quaisquer outros documentos que possam esclarecer quem foram os respectivos vereadores e o período de legislatura.

®               Foram respectivamente Intendentes Municipais 1900 - Joaquim Cezar
1903 - Eduardo Santos Pereira, 1906 - Affonso Rufino, 1909 - Cel. Feliciano Ramos Nazareth.
®               No dia 19 de outubro de 1903, faleceu em Nioaque o ilustre político Rio-grandense, um dos ardosos propagandistas da república, João de Barros Cassal.

®               No dia 12 de outubro de 1905 foi oficialmente inaugurada a Estação Telegráfica de Nioaque o que foi comemorada com muita alegria. A linha telegráfica fora Construída pela comissão coordenada por Candido Rondon. O Prédio conhecido como “Casarão” fora o local escolhido para funcionar o centro da Estação.

®               Criação do Distrito de Bela Vista na fronteira com o Paraguai, margem direita do rio Apa –  Resolução nº 255 de 10 de Abril de 1900

®                Criação do Município de Bela Vista, Lei nº 502 de 03 de Outubro de 1908.
Decreto nº 218 de 03 de dezembro de 1908.
Com a criação do Município de Bela Vista, todo o território que pertencia ao Município de Nioac da margem esquerda do rio Miranda e toda a fronteira com o Paraguai, incluído Ponta Porã, agora são desanexada da área e administração de Nioac. É o segundo grande golpe, depois da emancipação de Campo Grande.

®               No inicio  1910 veio transferido o Sede do 15º Regimento de Infantaria, com três Batalhões do Exército para Nioac.

®               Limites do município em 1910 eram:
Norte – Aquidauana;
Sul – Bela Vista e Ponta Porã;
Leste – Campo Grande;
Oeste – Miranda.
®               Até 1912   era leito de todo transporte rodoviário era feito pela velha estrada “carreteira”, Nioaque a Aquidauana passando por ela as maiores e invejadas carretas de mercadorias que aqui eram comercializadas.

®               Quando em 1917 foi transferido da cidade o 15º Batalhão de Infantaria para Lorena – SP, cerca de trinta famílias, também a abandonaram, acompanhando os militares até Aquidauana e Campo Grande, onde passaram a residirem. Noventa dias após, restavam no local apenas cinquenta famílias, que originaram a chamada “Nova Nioac”.

®               1921 foi nomeado Intendente de Nioac o advogado, político, estadista, escritor, telegrafista o Dr Demosthenes Martins. Em 1922, foi atendido no seu pedido junto ao General Rondon, designou o Major Júlio Caetano Horta Barbosa para proceder aos estudos da rodovia de Aquidauana a Bela Vista e da transversal de Nioac à estrada carreteira da Cabeceira do Apa.  24 de Novembro de 1923, carta do Major Horta Barbosa em que me dizia: “Estimo muito saber que a nova estrada entre Aquidauana e Nioac já esta sendo trafegada por automóveis e há esperanças de melhorar também a da Serra. Em novembro de 1922, inspecionando os trabalhos do seu setor, o Major Horta Barbosa, num Ford, guiado pelo motorista Antônio Rinaldi (italiano), foi o primeiro automobilista a subir pela estrada da Serra até galgar o último aclive.

®               Em 1923, mês de julho foi inaugurado o Monumento Histórico em homenagem aos Retirantes da  Laguna de maio de 1867 e Segundo General Alfredo Malan, próximo onde existiu a Igreja que foi explodida.

®               A criação dos Distritos de Paz de Vista Alegre (Resolução Estadual n. 892, de 13.07.1923), no município de Nioac.

®               14 de Janeiro de 1924 - Demarcação Terras Brejão. “Decreto nº. 611 de 14 de Dezembro de 1922, para aldeamento dos índios Terenos, no lugar denominado “Brejão”, neste Município de Nioac, limitando ao Norte pelo o Ribeirão Urumbeba, a Leste pela a Serra de Maracaju, ao Sudoeste pelas as terras de Vicente Anastácio e a Oeste pelas requeridas pelo Avelino Nogueira, com a área de 2.800 hectares...” Foi criado o antigo (SPI), Serviço de Proteção aos Índios, em 1910. Em 1912, ficou reconhecido que os índios tinham direitos e proteção de suas terras que são reservadas para eles. Assim, ficou reservado a área para aproximadamente 130 pessoas da tribo terena.

®               A Criação do Distrito de Paz Maracaju (Resolução n. 912 de 08.07.1924) no planalto da serra de Maracaju, no município de Nioac.

®               No ano de 1924 saiu da cidade de Nioaque uma caravana composta por 12 pessoas, lideradas pela senhora Rita Paula de Souza, entre elas estava José Ferreira da Costa, seu genro, saíram em busca de novas terras, o que mais tarde daria a origem da fundação da atual cidade e Município de Costa Rica-MS.

®               Maio de 1925, Coronel Patriota Antonio Gomes, assassinado, em frente do Armazém do Braz Mandarano, quando vinha organizar uma Unidade para a defesa de Nioac.
®               Em 1926, assim estava a Cidade: Menos de 800 habitantes, decadente, aspecto tristonho e pobre.
Uma das melhores casas é a do telegrafo.
Junto na rua, suspenso a dois palanques, os sinos da igreja, um fundido em Ladário – Mato Grosso (do Sul) em 1880 e o outro proveniente de Montevidéu - Uruguai.

®               Em 1927 O Município de Nioac contava com dois Distritos Municipais, além da sede, Vista Alegre e Maracaju.

®               Criação do Município de Maracaju, pela Lei nº 987 de 7 de julho de 1.928, sendo instalada precisamente dois meses depois, isto é 7 de setembro de 1.928. A mesma lei nº 987, transferiu para Maracaju a sede da comarca de Nioac, ficando o município que dava nome reduzido a termo da mesma comarca. Eram Intendentes em Nioac, Alziro Lopes da Costa e Paulo Xavier.
Este foi o terceiro grande golpe econômico, politico, territorial, social, populacional na vida do Município e cidade de Nioac.

®               Em 24 de outubro de 1930, um golpe militar liderado por comandantes militares no Rio de Janeiro depõe Washington Luís e entrega, em 3 de novembro de 1930, o poder a Getúlio Vargas. Vitoriosa a revolução de 1930, Getúlio Vargas foi nomeado chefe do "Governo Provisório" e põe fim à supremacia política de São Paulo e Minas Gerais no governo federal.
Em Nioac deste período com um território de aproximadamente 5.000 Km² . Eram Intendentes Municipais os Senhores João Baptista Ferreira e Rodolpho Xavier.

®                Em setembro de 1931 o General Bertholdo Klinger efetuou manobras no Mato Grosso ao longo do Rio Nioac. Onde empregou em situações bastante críticas, diversos veículos em uso no exército naquele período, enfrentando uma região sem estradas e com rios onde foi necessária uma grande criatividade para transpô-lo sendo necessários muitas vezes atravessar diretamente os rios com os veículos, ou usar diversos caminhões sobre o leito para nivelar as margens e usando suas carrocerias como ponte para outros veículos e tropas de infantaria com todos os seus apetrechos.  Uma verdadeira odisseia para a época. Em maio de 1931 chegou ao generalato. Suas antigas desavenças com os tenentes, contudo, levaram ao seu afastamento do governo. Transferido para o Mato Grosso, proibiu que os oficiais sob sua autoridade naquele estado se filiassem ao Clube 3 de Outubro, agremiação que visava dar maior coesão política aos tenentes. Em abril de 1932, reprimiu rebeliões camponesas em território mato-grossense.
Nesse mesmo ano, juntou-se aos grupos dirigentes paulistas que preparavam uma insurreição para depor Vargas.

®               Em 1932, Mato Grosso, principalmente a região Sul se envolvem em um movimento para a derrubado do Presidente Getúlio Vargas, conhecida como Revolução Constitucionalista, coordenada pelo Estado de São Paulo. No atual Mato Grosso do Sul foi formado um Estado independente que se chamou Estado de Maracaju, que apoiou São Paulo. Nioac incorporava este novo Estado. Curta duração.

®               Em maio de  1933, o 6º  Batalhão de Engenharia de Aquidauana recebeu ordem de se deslocar para Nioac  com a missão de construir uma ponte de madeira de lei sobre o rio Nioaque, estradas de rodagem, campo de aviação e proceder outros trabalhos de menores vultos. A ponte localizava-se próxima da atual e o campo de aviação onde hoje é conhecido como largo da Baia.
Foi neste período que iniciou a abertura da Estrada atual que liga Nioaque à Guia Lopes da Laguna e outros Municípios.

®               1937-1941 – Governo do Presidente Getulio Vargas, instalação do “Estado Novo”. No ano de 1937, o Governo Federal, Dr. Getulio Vargas intervém nas Forças Publicas Estaduais.
Golpe do Estado Novo, são canceladas as eleições presidenciais de 1938 e entra em vigor a Constituição de 1937, redigida no ano anterior por Francisco Campo São proibido funcionar todos os Partidos políticos; Governado através de Decretos Leis. É extinto, ou melhor, o poder legislativo deixa de funcionar.
Para Administrar o Município de Nioac,  Ato nº 175, o interventor Federal do Estado de Mato Grosso, resolve nomear o cidadão Antonio de Oliveira Flores, para Exercer o Cargo de Prefeito Municipal. De 26 de Novembro de 1941 a 30 de Novembro de 1947, Nomeação do Cidadão Antônio Francisco Xavier para o cargo de Prefeito de Nioaque, Ato nº 4138 do interventor Federal no Estado Julio Strinbing Müller. É por esta Razão que durante o Governo do Prefeito Antonio de Oliveira Flores e Antonio Francisco Xavier não há vereadores e deste modo, deixa de existir o Poder Legislativo Municipal.

®               Fundação da cidade de Guia Lopes da Laguna - Em 1938, 19 de março,  tem-se o ato religioso para oficializar a Fundação do “Patrimônio de Guia Lopes”,  ocorrido em 12 de fevereiro, à margem direita do rio Miranda, território do Município de Nioac.  Á principio fundada por militares da Companhia de Engenharia que construiu a primeira ponte de Concreto sobre o Rio Miranda, permitindo acesso entre os Municípios de Nioac à Bela Vista/Porto Murtinho e fazendeiros da Região, entre eles o filho do Guia Lopes, José Francisco Lopes. O Patrimônio foi transferido oficialmente para a administração das autoridades de Nioac no mês de junho do mesmo ano.

®               Em 1947 procede a primeira eleição Municipal após a Era Vargas , sendo prefeito o senhor João Souza Rangel e dos vereadores: Zeno Resstel,  Asterio Nogueira, Otavio Vaz de Campo, Sebastião David Medeiros, José de Melo, Américo Bernardo, Bartolomeu de Andrea, suplentes Antônio de Oliveira Flores, Lindolfo Souza Oliveira.

®               No dia 13 de setembro de 1943, o Município de Nioaque, incluindo o Patrimônio de Guia Lopes da Laguna, deixaram de fazer parte do Estado de Mato Grosso e foram incorporados ao Território Federal de Ponta Porã, quando então era Presidente da República do Brasil Dr. Getulio Dornelles Vargas. Sendo novamente incorporado ao Estado de Mato Grosso  em 1946.

®                                                                                           No ano de 1948 – Foi autorizado o Senhor José Joaquim Ferreira Santos, como fornecedor de energia elétrica a cidade de Nioaque.

®               Em 1950 A Câmara Municipal autoriza o Prefeito Municipal a viajar para São Paulo para adquirir uma máquina e acessórios para instalação de energia elétrica para a cidade. Foi uma máquina a vapor, instalada próxima a ponte sobre o Rio Nioaque, saída para Guia Lopes.

®               Fundação da APAMIN, Associação de Proteção e Assistência a Maternidade e à Infância de Nioaque, em 12 de Agosto de 1951. Indicados para tomar parte à mesa diretora dos trabalhadores os senhores: Zeno Resstel, Antonio de Oliveira Flores, Marcelino Lessonier, Mario Cunha, Luiz L. de Alburquerque, José Patrocínio Filho, Felix Aguilar, Vicente Coelho, Mario Alves Farias, Adão Vilas Boas, Hercílio Vieira de moura, Manoel Rufino Martins, Josefa Cruz de Moura, Odete Resstel Vilas Boas, Ruth Resstel, sob a presidência ao Srn. Zeno Resstel, expôs a situação da maternidade e da infância na cidade, salientando a necessidade e a relevância da iniciativa fundação de uma associação de proteção e assistência a maternidade e a infância para cuidar permanentemente de tão elevada e nobre missão, e que foi unanimente aprovado.

®               1955, O IBGE registra sobre Nioaque, Censo de 1950, O município de Nioaque contava  com uma população de 6.742 habitantes e que lhe dava mais de 1 habitante por quilômetro quadrado. Dessa população, 3.413 pessoas eram do sexo masculino e 3.329, do sexo feminino.
Segundo os distritos, a população recenseada distribui-se da seguinte maneira: distrito de Nioaque (sede): 1279 habitantes na cidade e 2798, na zona rural; distrito de Guia Lopes da Laguna: 617 habitantes na Vila e 2048 na zona rural.
Em 31 de dezembro de 1956, achava-se registrados na Prefeitura 14 automóveis, 9 jipes, 16 caminhões, 20 camionetas, 2 motocicletas, 3 “charretes”, 32 bicicletas, 17 carroças e 165 carros de boi.
Vultos ilustres, entre os nioaquenses, destaca-se a figura do general de divisão Mario Xavier, que desempenhou várias e importantes funções militares, tendo em 1943, como comandante da 9ª Região Militar, feito, na sua cidade natal Nioaque, o lançamento da pedra fundamental do quartel do 9º Grupo de Artilharia a Cavalo.
Em 1945 foi fundado o templo Batista e em 31 de Dezembro de 1956 contava com 26 membros.

®               O último filho de Nioaque adquire a maio idade – Guia Lopes da Laguna,  Desmembrado de Nioaque, passou a constituir  município pela Lei Estadual n.º 678, de 11 de dezembro de 1953, retificada pela Lei n.º 370, sancionada a 31 de julho de 1954.   Publicado no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso de 14 de dezembro de 1953.
A partir deste período o Município de Nioaque assume a configuração geográfica e áreas correspondente a que vigora atualmente incluindo o limites. O quarto golpe territorial, politico, econômico...
Assim, Nioac, como boa mãe, dividiu-se para que seus filhos e Mato Grosso do Sul crescesse no cenário brasileiro.
Em 1956, Nioaque conta com um número de 1.200 eleitores. Haviam duas pensões.

®               31 de Janeiro de 1959 a 31 de janeiro de 1963
Posse da Primeira Mulher Eleita Vereadora, Octacilia Xavier Pires – PSD e Prefeito Municipal de Nioaque sr. Italo Bertola e do Vice  Marcelino Lessonier.

®               Fundadores do Laguna Clube - Guilherme Correa da Silva, Adão Loureiro Villas Boas, Mauro Resstel, Lauro de Almeida Mendes, Bernardino Orlando de Bulhões e Jorge Mattar, em 6 de setembro de 1959

®               Na sessão da Câmara Municipal do dia 28 de dezembro de 1970, foi aprovado o projeto de autoria do executivo, para construção da casa para motor, aparelhos e para torre de transmissão de imagem de Televisão, repetidora da TV Morena.

®               Em 23 de Outubro de 1971, o 9º G CAN 75 AR – passou a fornecer água para ajudar no abastecimento da cidade.

®               21 de Janeiro 1971 foi aprovado o projeto de Lei, nº 03/71 do Executivo Municipal, que cria nas esquinas das Ruas Pref. Souza Rangel e D. Pedro II, um Grupo Escolar com a denominação de Guilherme Correa da Silva.

®               No dia 11 de Maio de 1972, realizou-se a 3ª Exposição Agropecuária nesta Cidade.

®               Nas despedidas do Mato Grosso - 31 de Janeiro de 1973 a 1º de Fevereiro de 1977, Prefeito Municipal, o Sr. Zeno Martins Gazote e Enio Cruz Moura. A última legislatura como município integrante do Estado de Mato Grosso, Capital Cuiabá: algumas realizações, recebendo energia elétrica da Usina de Urubupungá; construiu em convênio com o 9º grupo de Canhões 75 mm, a rede primária de abastecimento de água, melhoramento que beneficiará todo o centro da cidade, servindo ao todo 100 residências; difusão do MOBRAL como processo para a alfabetização de adultos; inicio da implantação da rede de esgoto; instalação da primeira agencia bancaria, o Banco Financial; Biblioteca Pública Municipal;

Agremiações: LAGUNA CLUBE - GRÊMIO RIACHUELO (dos Subtenentes e Sargentos) e o GREMIO (dos Oficiais), a Liga Esportiva Municipal filiada a FMD e  Centro Cívico Leverger, formam um forte elo com a coletividade.

O Que Fazemos - Importamos, trabalho, amizade, progresso e confiança. Exportamos: arroz, 47.540 sacas, algodão 27.200 amendoim, 19.300, soja, 7.800, mamona, 28 000, além dos subprodutos colhidos com estes dados em 1972/73 (dados acima) é confirmada uma estimativa de o triplo na produção ano 76, Nioaque-MT.

Repartições Públicas: Sede do 9° GCAN 75 Ar., comandado pelo cel. Milton Silva Oliveira. Esta unidade, além de inúmeras benfeitorias congrega para Nioaque o setor educacional, colégios, cinema, saúde e outros benefícios.  Exatoria, Delegacia de Policia, com 4 praças, sendo seu delegado o Sr. Filinto Saab, Posto de Saúde com atendimento Odontológico.

Setor de supervisão do ensino Municipal e Maternidade com salas de partos, com 6 leitos - 1 Centro Cirúrgico com salas de operações, ambulatório com 4 leitos. Enfim a Lendária Nioaque, tem seu jardim publico, todo arborizado, guias, meios fios, sarjeta, limpeza pública, permanente, feiras livres, iluminação absoluta, toda a cidade com suas casas pintadas (exceto algumas que a administração, considera patrimônio histórico) 1 prefeitura organização policial, graças ao apoio da Polícia do Exército. PROTEÇAO E ASSISTENCIA - Associação e proteção a Infância e a Maternidade (APAMIN) Sociedade Feminina de Amparo a Pobreza (SFAP) Clube das Mães - Sociedades filantrópicas, apoiadas pela coletividade. Policia - Destacamento policial apoiado pelo Exercito, EDUCAÇÃO: A rede escolar é subordinada e orientada pelo Município, tendo um grupo Escolar com 8 professores que atendem... 280 alunos urbanos e 18 escolas rurais com 823 alunos. ESTADUAIS - Centro Educacional Ângelo Rea, onde funciona o Ginásio em 2 turnos, com 274 alunos, um grupo Escolar para 478 alunos. FEDERAL 2 escolas nas Aldeias Indígenas (índios Terenos) mantidas pela FUNAI com 147 alunos TOTAIS DE ALUNOS NO MUNICÍPIO: 2002, 47 professores.

®               NIOAQUE – Entra ao novo Estado da Federação do Brasil, Mato Grosso do Sul 11 de outubro de 1977

®               1º de Fevereiro de 1977 a 1º de Fevereiro de 1983, a primeira administração municipal no Mato Grosso do Sul, No dia 1º de Fevereiro de 1977 foi empossado o Sr. Prefeito Municipal de Nioaque, Sr. prefeito Municipal de Nioaque, Sr. Altevir Soares de Alencar e Dr. Joares Távora Gomes Correa ao cargo de Vice Prefeito, e dos vereadores Terezinha Lopes Martinez, (a segunda mulher eleita vereadora) Pedro Vitorino da Silva, João Cesar Leite, Orides Moraes de Souza, Sebastião Ferreira Gomes. Algumas marcas: TV Campo Grande atingiu Nioaque; construiu e inaugurou  o edifício de seu Paço Municipal. Atualmente voltou para o prédio antigo dos anos de 1940; No dia 7 de setembro de 1982 como parte das comemorações do encerramento da semana da Pátria, a prefeitura de Nioaque acionou pela primeira vez seu posto telefônico interurbano.   Decorrente de um convenio entre a municipalidade e a TELEMAT, equipamento instalado na secular e progressista cidade é dos mais sofisticados DDD e DDI e funciona ininterruptamente das 7 as 22 horas diariamente inclusive sábados, domingos e feriados. Consegue um posso artesiano para fornecer água a comunidade através da DANESUL; Cria a bandeira Municipal com a expressão latina “Primus inter Pares”. Realiza os calçamentos nas ruas centrais com paralelepípedos feitos  com cimento, areia, brita.

®               Aspectos políticos e institucionais 1977
Termo da comarca de Aquidauana,
Dispõe em nível local de 1 juiz de paz
1 delegado de polícia
9º Grupo de Artilharia de Campanha
Exatoria
Cartório de 1º oficio
Posto do INCRA
Posto do IBGE
FUNRURAL
EMPAER
Nº de residência 1000
Nº estabelecimento comerciais – 51
População da cidade – 3407 habitantes e  rural 5.186 habitantes.
Hotel 2
Restaurante 2
Pensão 3
Hospital 1
Estabelecimento bancário 1
Restaurante 2
Bares e botequins 14
Posto de saúde 1
Supermercado 1
Números de estudantes:
REME – 688 - Estado – 857

®               Nioaque censo de 1980
Área – 4113 km²
População – 13.200 habitantes - 4526 – cidade - 8674 – rural
Hidrografia - Rios Nioaque, Canindé. Bom Jardim, Urumbeva, Taquaruçu  na divisa com Anastácio e Miranda na divisa com Bonito
Atividade Econômica - A base da economia é a pecuária com rebanhos bovinos destacando as raças girl, nelore e zebu.  Em segundo plano destaca-se a agricultura que tem crescido nos últimos anos principalmente com arroz, soja, milho, mandioca, algodão e mamona.
O numero de propriedades cadastradas agrícolas e urbanas na unidade municipal do INCRA, encontra inscrito 591 propriedades; e propriedades rurais 1832.
Recursos naturais destacam a extração de madeira, a aroeira, o carvão, o angico cuja casca é usada em curtumes e a seiva para lenha, destacam ainda muitas madeiras de leis nas reservas.
Mineral não há  destaque, exceto argila para olarias e areia para construções.
Indústria - 2 olaria - 3 serraria - 4 máquinas de beneficiamento do arroz - 1 de mamona
Estabelecimento de credito existente - 1 agência do banco financial (Bamerindus) - Banco do Brasil
Comércio – destacam se os bares, armazéns farmácias e posto de combustível
Meios de transporte e comunicação – Agencia dos correios – ECT
Aspectos Sociais – Laguna Clube (associação recreativa e social) Grêmio Riachuelo dos subtenentes e Sargentos do 9º GAC, contando com sede social e recreativa funcionando regularmente.
Ensino
EEPSG Odete Inês Resistiu Vila Boas
Grupo Escolar Guilherme Correia da Silva
Duas  escolas primarias pertencentes a FUNAI instalada nas aldeias indígenas
Posto cultural do MOBRAL
Assistência Médica Sanitária APAMIN – Associação de Proteção a Maternidade e Infância de Nioaque, que manter convenio com FUNRURAL e recebe auxilio Federal, Estadual e Municipal.
Destacamento Policias Militar – Composto de um sargento e três soldados.

®               Memória Educacional da Escola Pública mais antiga da região sul de Mato Grosso (Sul):

Criação Oficial da 1ª Escola Pública de Nioaque -1883 – com a denominação de  Escola Antônio Correia da Costa;

1893 - Ficam criadas neste Município, cinco escolas de sexo masculino, sendo uma nesta Vila;

1910 – Passa a denominar Escolas Reunidas Visconde de Taunay, para ambos os sexos;

1929 - Grupo Escolar de Nioaque;

Em 1939, Nioaque contava apenas com as então chamadas “Escolas Reunidas ”, de Nioaque, funcionando num velho prédio cedido pela a maçonaria, e sua matrícula não ia além de uma centena de alunos.

Em 1940, com a Fundação do Grêmio Pró-Instrução Nioaquense, o ensino primário teve um sensível melhoramento.

 Em Setembro de 1941, através do Decreto Lei nº 61 as “Escolas Reunidas de Nioaque”, passaram a denominar-se “Escolas Reunidas Antônio João”.
No ano de 1944, terminou de ser construído o prédio, no local do antigo quartel do 7º R.C.L. Em 09 de Abril de 1945, é inaugurado o prédio, passando a denominar-se “Grupo Escolar Antônio João ”, quando então o nosso município fazia parte do Ex-Território Federal de Ponta Porã.
Em 11 de Outubro de 1963, através da Lei Estadual nº 1903, é criado Ginásio Estadual de Nioaque. De 1883-1963 as escolas sediadas na cidade de Nioaque ofereceram somente a chamada Educação Primaria, correspondente hoje do 1º ao 5º Ano. A partir desta data passou a oferecer, o que hoje corresponderia do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
 Em 27 de Maio de 1970, Decreto nº 1162 é criado a Escola Normal de Nioaque, entrando em funcionamento em 1975 com a denominação de “Escola Estadual De 2º Grau Odete Ignêz Villas Bôas”.
Em 02 de Outubro de 1975, através do Decreto nº 204, é criada a “Escola Estadual De 1º Grau Antônio João”.
Em 14 de Setembro de 1976, o Decreto nº. 711, o Ginásio Estadual de Nioaque, passou a denominar-se “Escola Estadual de 1º Grau de Nioaque”.
 Em 05 de Outubro de 1977, pelo o Decreto nº. 1106, no Artigo 1º, dispõem sobre as Integrações Físicas das Escolas:
Escola Estadual de 1º Grau “Antônio João” –  (Primário, ou 1° ao 4º Ano ou 1ª a 4ª Series)
Escola Estadual de 1º Grau de “Nioaque” – (Ginásio, ou 1º ao 4º ano ou 5º ao 8º ano ou 5ª a 8ª Series.)
Escola Estadual de 2º Grau “Odete Ignêz Resstel Villas Bôas” (Curso Profissionalizante, formação de Professores; também chamado de Curso Normal ou Curso Magistério ou 2º Grau. Atualmente Ensino Médio).
Parágrafo Único - As Escolas de que se trata o Artigo 1º do presente Decreto passarão a denominar-se “Escola Estadual De 1º e 2º Graus Odete Ignêz Villas Bôas”.
Atualmente Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Odete Ignez Resstel Villas Boas, instalada no local onde foram construídos os primeiros quarteis em Nioaque de 1859-1940.

®               Na breve memoria do Poder Judiciario

1849 a 1894 Nioac e seus limites territoriais pertenceram a Comarca da cidade de Miranda.
A Criação da Primeira Comarca de Nioac  1894. Em 1894, Nioaque deixa de ser termo  da Comarca de Miranda e passa a ser sede de cabeça de Comarca e tinha como logradouros os seguintes Distritos:

Freguesia de Santo Antônio de Campo Grande; Distrito de Bela Vista;
Ponta Porã;  Vacaria; Vista Alegre; Dourados;  Maracaju.
Extingue a  Primeira Comarca de Nioac em 1928, quando Distrito de Maracaju foi elevada a categoria de Município  desmembrado do território de Nioaque. Esta mesma lei 987, transferiu para Maracaju a sede da Comarca de Nioaque.
Recria a Segunda  Comarca de Nioac 1929, “Lei nº 1034 de 1º de outubro de 1929.
Extingue a Segunda Comarca de Nioac  1937, reduzida a termo da Comarca da cidade de Aquidauana. Decreto Estadual nº 115 De 31 De Dezembro De 1937.
Recria a Terceira  (Nova) Comarca de Nioaque 1987
Lei 809 de 18 de Dezembro de 1987, Diário Oficial nº 2216.

®               Símbolos Municipais:
O Hino A Nioaque
A letra e a música do Hino a Nioaque foi composta pelo então Capitão do Exército Brasileiro, Ronaldo G. Fernandes, na ocasião servia no 9º Grupo de Artilharia a Cavalo, atual 9º Grupo de Artilharia de Campanha.
Foi cantado e apresentado ao público pela primeira vez no dia 31 de Março de 1965, pelos alunos do antigo Curso Ginasial de Nioaque.

Estribilho
Nioaque! Nioaque! Nioaque!
Cidade que não pode parar,
Trabalhamos incessantemente,
Para ver o Município prosperar.
I
Terra querida, berço de heróis,
Mais de cem anos de luta atroz,
Mato Grosso do Sul dela se orgulha,
Desde os tempos de nossos avós.
II
Campos de lutas e de conquistas,
Debaixo deste glorioso céu de anil,
Com a pecuária e a lavoura comandando
A batalha do progresso do Brasil...
III
Pensando sempre na grande Nação,
Vendo o progresso aqui chegar,
Hoje Nioaque e o nosso próprio coração,
E para frente: "Custe o que custar”!

A Bandeira Municipal
A Bandeira do Município de Nioaque foi criada pelo ex-prefeito municipal de Nioaque, Altevir Soares de Alencar, no dia 28 de Janeiro de 1978, através da Lei Municipal nº 761.
O Brasão Municipal
A escolha do Brasão do Município de Nioaque foi colhido através de um Concurso Público realizado no dia 15 de Maio de 1990, no Paço da Câmara Municipal de Nioaque, conforme determinou a lei municipal nº 908 de 1° de Novembro de 1989, que autorizava o executivo municipal a realizar tal concurso.
A Comissão julgadora estava composta por nove pessoas de todos os segmentos da sociedade nioaquense. O autor do Brasão classificado foi João Orcideney Xavier.

®               Nioaque Final do Século XX

Assentamentos Rurais e a Reforma Agrária
Mas, o que veio contribuir para que a cidade e Município desse uma virada no seu desenvolvimento e saída do isolamento?
      Sem entrar em muitos detalhes neste tópico, mas o final do século XX, mais especificamente a partir de 1986, com as políticas dos Governos Federal e Estadual e os Movimentos pela reforma Agrária, além da nova Carta Magna de 1988, muitas áreas rurais do território do Município de Nioaque passaram a serem inseridas no processo de recolonização, Assentamentos de pequenos proprietários ou como se diz popularmente, “Os Sem terra”.  Surge então o fenômeno do repovoamento, da ruralização, da produção, da Agricultura e Pecuária familiar.
      Entre tantas outras consequências desse processo de recolonização, Assentamentos Rurais tem sido:
      a) A necessidade de se criar infraestrutura municipal para atender estes novos moradores, novas famílias, novos proprietários, novas produções.
      Recordo-me ainda muito bem, que até então havia somente as colônias do Morrinho. Quando chegaram os primeiros assentados para a Colônia Padroeira do Brasil e Conceição na Rodovia para Aquidauana, foi uma grande surpresa, pois nem as autoridades municipais sabiam e nem estavam preparadas para acolhê-las, ou melhor, de quem era a competência de prestar assistência?  Inicialmente era o INCRA, mas aos poucos os órgãos municipal e estadual tiveram que assumirem responsabilidades, podendo ou não.
      A partir dai, prosseguiu o processo de reforma agrária e vários outros Assentamentos foram sendo instalados, a relação dos demais estão listados na abordagem do enfoques e desafios primeira década do século XXI.
Com o advento dos assentos rurais o município de Nioaque através das autoridades constituídas  são obrigados a sair das gestões administrativas localizada e são forçados a mobilizar forças, recursos, estratégias, políticas públicas para atender as necessidades, exigências.  Pode enumerar algumas consequências com a presença destas novas colônias Rurais:

¨   Aumento significativo, real da população do município, tanto na área urbana, quanto na rural;
¨   Aumento do numero de eleitores e consequentemente na participação na vida pública e política com representações no poder legislativo e executivo;
¨   No setor educacional aumento significativo em numero de alunos, escolas, educadores;
¨   Setor de saúde ainda que sempre deficitário e necessidades crescentes aumento de atendimentos em saúde básica e preventiva;
¨   Setor financeiro o incremento de financiamentos para prover as atividades de desenvolvimento da produção, fez com que a Agencia Financeira do Banco do Brasil deixasse de ser apenas pagadora de funcionalismo para prover atividades de produção;
¨   Setor de comércio e outros serviços, sem dúvida este setor foram os que mais foram estimulados e cresceram para atender a demanda dos novos consumidores: mercados, bares, lanchonetes, restaurantes, hospedagem, material de construção, insumos agropecuárias, farmácia, combustível, mecânica, advocacia...
¨   Expansão das telecomunicações: telefonia urbana, telefonia rural, internet, radio difusão;
¨   Crescimento urbano com a expansão e especulação imobiliária, construções de novos bairros e vilas, construções de imóveis residenciais e comerciais, projetos habitacionais casas populares;
¨   A instalação do Poder Judiciário com a criação da Comarca e do Forum em muito tem se beneficiado e contribuído para atender as necessidades diversas associadas à justiça;
¨   No setor público houve um crescimento de funcionalismo federal, estadual e  municipal que ao mesmo  tempo que gera despesas, mas são estes assalariados que contribui mensalmente para a  manutenção dos diversos setores da economia do município, pois injetam mensalmente milhões de reais,  circulação financeira que mesmo em tempos de crise econômica auxilia na manutenção dos  setores produtivos e consumidores do município;

®               Nioaque Redescobrindo as Origens e o Potencial

Em julho de 1999 sob a coordenação da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada e das diversas Unidades Militares, incluindo o 9º Grupo de Artilharia de Campanha realizou-se a primeira Marcha Civica Cultural dos Tempo Modernos da Retirada da Laguna, tendo em Ato Público e solene realizada na Praça dos Heróis a encenação da Explosão da Igreja ocorrida  em junho de 1867 e o fechamento da marcha cívica.

De 1999 até 2017 Nioaque, comunidade, Exército, tem participado de todos os eventos que culmina além de cerimoniais com a Encenação Teatral cada vez mais aprimorada com cavalaria, explosões, narrações, dramatizações.

Estes atos cívicos e culturais tem estimulados na comunidade eventos alusivos; feiras; estudos escolares; palestras; pesquisas históricas.

A História do Episódio da Guerra do Paraguai na região do atual Mato Grosso do Sul teve Nioac como um dos epicentros deste conflito tanto pela parte paraguaia como brasileira.

Nas Pegadas dos Dinossauros – Do próprio rio Nioaque que sinalizou o marco histórico para a fundação da cidade que recebeu de herança maior o  seu nome em 1849 é também do Rio que nascem novas descobertas da ancestralidade Pre-histórica com marcas de pisadas de dinossauros encontradas em partes do leito.
Nioaque além das terras indígenas, dos quarteis, da origem de vários municípios, dos assentamentos rurais, da história, da Retirada da Laguna agora também faz parte da Terra dos Dinossauros;.




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IV – NIOAQUE NOS DESAFIOS DO SÉCULO XXI

O Século XXI iniciou com a administração 2001 - 2004
a.                 Prefeito – Noé Nogueira Filho
b.                 Vice-Prefeito – Paulo José Corrêa
Vereadores
Antônio Aparecido Rodrigues
Antônio Aparecido dos Santos
Jorge Fernandes Lemes
Olavo José Corrêa
Ronaldo Andréa
Silvio Preguiça
Valdeci Ferreira dos Reis
Vilson Pradebon

E gestão 2017 inicia com:

Prefeito - Valdir Couto de Souza Júnior
Vice Prefeito - Hermenegildo Santa Cruz Neto

Vereadores:
Danilo Bortoloni Catti
Presidente
Luis Fina de Oliveira
Vice-Presidente
João Carlos Vera Gonçalves
1° Secretário
Ademar Michalski
Vereador
Elson da Silva Moreira
Vereador
Erdilei Correa
Vereador
Pablo Ruan Pache Corrêa
Vereador
Silas Nunes Ferreira
Vereador
Valdeci Ferreira dos Reis
Vereador

Nota: Continua no outro tópico “Abordagens e Desafios na primeira década do Século XXI.






[1] Aleixo Garcia, citado por alguns autores de nacionalidade duvidosa, portuguesa ou espanhola. Enciclopédia dos Municípios Brasileiro, IBGE, volume XXXV, 1958, trata como portuguesa. Neste contexto, está inserido como referência histórica, e a serviço da coroa espanhola.
[2] Mondego, nome indígena ao atual rio Miranda.
[3] O Brasil ainda sob a regência de D. João VI havia sido elevado a categoria de Vice-Reino Unido a Portugal e Algarves, isso quer dizer que não era mais considerada Colônia.
[4] Hoje, Republica Federativa do Brasil, Artigo 1º da Constituição, 1988.
[5] Guaporé, atual Estado de Rondônia. Os demais territórios foram Amapá, Rio Branco e Iguaçu.
[6] Manuscritos dos Relatórios de 1848 e 1849 do Presidente da Província de Mato Grosso, Joaquim José de Oliveira, p. 121, Arquivo Público do Estado de Mato Grosso,  CPA, Cuiabá, 1984.
[7] Cópia do original cedida pelo Arquivo Público de Mato Grosso.
[8] Fazendeiro.  Coronel do mato, não do Exército.
[9] Cópia da Lei 612/1883 - do Arquivo Público de Mato Grosso- Cuiabá- MT. 1985.
[10] Anexo Histórico 2.
[11] Do Cap. 4 Res. 2, § 1 a 3 – Orçamento/Exercício – 1893. Arquivo Público de Mato Grosso, Cuiabá, 1985.

[12] Este número de 2.928 exclui os habitantes da Freguesia de Santo Antonio de Campo Grande, que não deveria possuir número inferior a este.

[13] Tijolo não cozido ao fogo, mas seco simplesmente ao sol.
[14] Pecuária Extensiva, criação de gado a campo aberto, geralmente sem muito manejo, pastagem natural, tendência natural, grande área de terra para pouco gado.
[15] As Fotografias com anúncios comerciais foram extraídas do Album Graphico de Matto-Grosso, 1912.
[16] O mesmo que restaurante ou uma lanchonete nos dias de hoje.
[17] Considerando a área atual do município de 4113 km².
[18] Também denominada Agência Fazendária.
[19] Considerado o Fundador de Campo Grande.

Um comentário:

  1. Meus avós Fredolino Mário Figueiredo e Dionísia vieram de Nioaque com meus tios ainda pequenos, sabemos pouco sobre essa época apenas que ele tinha uma padaria aí, é bom encontrar estes conteúdos na internet.

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